28 de nov. de 2021

Comentário: "Palmeiras, tricampeão da América!"

 


   

     Hoje de manhã, na saída do serviço, fui cobrado por um palmeirense: "Você vai ter que escrever algo em homenagem ao verdão hoje!". A fala não era necessária, pois assim o faria, independente de quem fosse campeão. Sim, pois se tem um torneio futebolístico que eu acho massa pra caramba, é essa tal de "Libertadores da América". Mas enfim, e felizmente, venceu o time que eu gostaria que ganhasse nesta final. Sim, já que o meu Santos não chegou, eu preferi o título alviverde, e explico os motivos.

      Poderia dizer que torci pelo Palmeiras porque meu melhor amigo é palmeirense. Balela, seria hipocrisia, acho que este não é o motivo. Poderia também dizer que um grande amigo, morador de Santos, mas torcedor do Palmeiras, há poucos minutos do jogo do peixe contra o Fortaleza, enviou um vídeo do lado de fora da Vila Belmiro, sendo que a vitória santista foi imprescindível para livrar o meu clube de coração do rebaixamento. Sim, este foi um motivo bem forte, achei um gesto bacana pra caramba, fora de série.

     Mas o que pesou mesmo, desde o início, é a soberba flamenguista, acompanhada pelo combo chamado Renato Gaúcho. Um time mala, com jogadores malas, treinador mala e torcida mala. E vamos falar a verdade: O Flamengo é o Corinthians do outro lado da via Dutra! Impossível não fazer esta associação entre gaviões e urubus! 

          Dito isso, é válido lembrar que a final deste ano foi muito - mas muito mesmo - superior a do ano passado, em que se enfrentaram Santos x Palmeiras. Houve um duelo da técnica rubro negra mais apurada contra a quase perfeição tática palmeirense. Além disso, a presença de público maior no estádio contrastou com a final do ano anterior, prejudicada pela pandemia da COVID-19. E no frigir do torresmo, venceu, com justiça, a estratégia. Sim, porque se o Abel portuga não é lá o suprassumo da mão de obra técnica europeia, é fato que ele é muito superior ao Renato fanfarrão.

        A única coisa que lamento, de verdade, é o fato do gol palmeirense ter saído de uma falha grotesca de um jogador rubronegro. Só quem já jogou bola sabe o quão ruim é entregar uma rapadura num momento crucial do jogo. O tal de Andreas Pereira não deve ter dormido à noite, coitado. Mas o maluco do Deyverson, que não tem nada a ver com isso, fez a parte dele. De quebra, ainda simulou uma agressão que pasmem: Foi fruto de um toque dado pelo árbitro! Ele queria o que? que o juiz desse cartão a si próprio? Rsrsr.

        Mas é fato que o Palmeiras mereceu o título com justiça e propriedade. Achei bem feito a derrota flamenguista, do Renato, e até do Bolsonaro vira casaca, que mesmo sendo Palmeirense, resolveu torcer pelo time da maioria e mais rico. Alguma surpresa? Pra mim, não! O presidente detesta os menos ricos e as minorias...


* O Eldoradense

24 de nov. de 2021

Livro: "Sócrates & Casagrande", escrito por Casagrande & Gilvan Ribeiro

 




   Encerrada mais uma leitura. Aliás, "Sócrates & Casagrande" eu não li: Devorei! Digo isso porque nesta obra, escrita pelo ex-jogador Casagrande e o jornalista Gilvan Ribeiro estão implícitas em boa parte de suas páginas duas temáticas envolventes, ao meu ver: futebol e política.

     É impossível dissociar a parceria destes dois ícones do futebol do movimento conhecido como "Democracia corinthiana", ocorrido no início da década de 80, num dos clubes mais populares do país, em meio ao regime militar ao qual o Brasil estava mergulhado.

      Craques, intensos, passionais, amigos. Os caras eram geniais, subversivos, críticos, impetuosos. E como sei lá por que cargas d'água, caíram naquela velha relação entre genialidade e dependência química que marcaram tantos ídolos de vários segmentos da arte musical e desportiva. Sócrates, do alcoolismo, mais precisamente pela cerveja, e Casagrande, pela cocaína. Algo impensável hoje em dia, onde os atletas de alta performance, como Cristiano Ronaldo, rejeitam até Coca-Cola!

       A mobilização política, a vida boêmia, os inúmeros casos de amor, as vitórias e derrotas marcantes dentro das quatro linhas, tudo é relatado com muita propriedade pelos autores, a ponto de eu procurar me aprofundas mais sobre os lances protagonizados por estes caras no Youtube, pois, infelizmente, vi pouco do Dr. Sócrates nos gramados, e um Casagrande apenas em final de trajetória esportiva. 

       Agradeço ao amigo Toninho Moré, que além deste livro magnífico, me emprestou outros quatro. Bora começar mais outro!

* O Eldoradense

22 de nov. de 2021

"O maior contador de causos que eu conheci"

 




   Acreditem, senhoras e senhores: Houve um tempo em que as famílias se visitavam e gastavam horas conversando e dando risadas na varanda. Enquanto as crianças brincavam, os casais proseavam os mais diversos assuntos, desde contar piadas até as misteriosas histórias rurais com teor sombrio. A televisão ficava na sala, ligada, mas sem qualquer atenção. Coisa impensável hoje, em que os celulares hipnotizam os seres, cada qual com seu universo individual.

      E eu, felizmente, presenciei esta época. Com mais ênfase quando meus pais visitavam um casal de compadres, Valdemar e Valdeci, que harmonizavam até nas três primeiras letras dos respectivos nomes. Almas gêmeas, que se amavam não apenas como marido e mulher, mas também de uma forma cúmplice, fraternal, coisa também rara de se ver numa época de relacionamentos descartáveis.

       Em meio às brincadeiras com os filhos do casal, eu dividia minha atenção com os causos e piadas que Valdemar contava como ninguém: “Floreava as histórias”, fazendo rir ao contar piadas, gesticulando, mudando a fisionomia, imitando os personagens. Nas histórias sombrias, acrescentava detalhes misteriosos, sempre com o testemunho cúmplice da comadre. Aquilo fazia aflorar a imaginação do ouvinte, como se um telão paralelo se abrisse diante dos olhos, visualizando cada cena narrada com maestria pelo protagonista da noite. Um verdadeiro show proporcionado por aquele senhor de traços lusitanos, sotaque meio caipira, que trajava camisa entreaberta, bermuda e chinelos de dedo. Simplicidade a flor da pele. E bondade, também. Bondade proporcional a da esposa, com quem teve três filhos de sangue, e mesmo com as dificuldades da vida, adotaram mais um caçula, que foi amado sem distinção dos demais. Gesto nobre, típico das pessoas com evolução espiritual acima da média.

     O homem de bom coração, infelizmente, não tinha um coração tão saudável. Uma patologia cardíaca o fez morar no céu, onde deve estar contando muitas histórias para os anjos e os amigos que também se foram. E certamente, meu pai está lá do seu lado, dando boas risadas das piadas e histórias que aquele senhor tinha o dom de contar com tanta propriedade. Valdemar foi, sem dúvidas, o maior contador de causos que já vi. Saudades eternas!

 

* O Eldoradense


16 de nov. de 2021

Crônica: "Por onde andei"...


Caminhando nas areias escuras de Ilha Comprida...

"Por onde andei"


  O título desta crônica tem como principal inspiração a música muito bem interpretada pelo eterno titã Nando Reis. Já os relatos da mesma são inspirados nas viagens de outro Nando: Eu mesmo.

    Começo pela primeira e mais importante viagem da minha vida, itinerário que repeti por outras tantas vezes: Aparecida. Lá eu senti a fé da pessoa humilde in natura, testemunhei o olhar do romeiro, tal qual Renato Teixeira relatou em "Romaria". Sim, eu, católico pouco praticante, que sei apenas rezar o Pai Nosso e a Ave Maria, muitas vezes vi águas caírem dos meus olhos, como se fossem cachoeiras de emoção.

     Ah, as cachoeiras! Como não lembrar das quedas d'água que vi no belo Paraná? Vi algumas delas no Vale do Ivaí, interior daquele estado, na pequena e rústica Faxinal. Mas o apogeu "cachoeirístico" do solo paranaense se dá mesmo na tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, no espetáculo divino conhecido como Cataratas do Iguaçu. 

    Rio Iguaçu que, por sua vez, é irmão do majestoso Rio Paraná.  Vi o majestoso do alto da Ponte de Paulicéia, e banhei-me nele em Panorama, Presidente Epitácio e Rosana. Um dia, se Deus me permitir, faço um tour de barco da sua nascente até Foz do  Iguaçu, pelo menos. Sonhar não custa nada!

       Nas profundezas da terra, embrenhei-me nas famosas cavernas do PETAR, no Vale do Ribeira. Belíssimas e assustadoras, destacando a Caverna do diabo, em Eldorado. Do "diabo", vi também a garganta, na Argentina, e o morro, em Teodoro Sampaio. A famosa queda d'água argentina é linda e assustadora, e o morro, aqui no Pontal do Paranapanema, é isolado, manifestação única de relevo revestido por Mata Atlântica em um cenário regional marcado pelas terras planas.

    No Centro Oeste brasileiro, fiz apenas cócegas: Três dias curtindo a beleza da cristalina Lagoa Santa, em Goiás, na fronteira com o Mato Grosso do Sul. Quanto ao belíssimo nordeste do país, parafraseando Carmem Miranda, vi "o que a Bahia tem"  na charmosíssima Porto Seguro, no sul daquele estado. 

     As lembranças de Porto Seguro remeteram-me às cidades litorâneas que visitei. Se não sou ainda um "descobridor dos sete mares" como sugere a música de Lulu Santos, já conheci um bocado delas : Em Santa Catarina, Governador Celso Ramos, Itapema, Balneário Camboriú. No pequeno litoral paranaense, Matinhos e Guaratuba e o inevitável passeio de "Ferry Boat", na hora do rush, lembrando Zeca Baleiro. No litoral paulista, conheci Cananéia, Ilha Comprida Iguape, Ubatuba e Ilhabela. Arranhando o sul do Estado do Rio de Janeiro, a inesquecível, histórica e literária Paraty.

      Relato também o emblemático passeio de trem entre a pequenina Morretes e a cosmopolita Curitiba. A composição férrea em meio às montanhas da Serra do Mar, passando por dentro das nuvens, lembra o "trem das sete" de Raul Seixas, cortando plumas de mil megatons. Simplesmente lindo!

      Agradeço a Deus por ter me proporcionado tais visitas e agradeço também a cada companhia que testemunhou comigo, tais cenários. Se eu tiver saúde e grana, falta-me ainda conhecer Baixada Santista, Pantanal e Amazônia. Caso contrário, dou-me por satisfeito. Se meu sonho é conhecer o máximo possível de lugares, Deus certamente me proporcionou menos do que eu quero, porém, muito mais do que eu mereço. E carregarei "por onde andei" até a minha última viagem. Sim, porque é isso que se leva da vida, ao meu humilde e íntimo entender...

* O Eldoradense    

14 de nov. de 2021

Livro: "O plano B", de Richard Simonetti

 



   Encerrei mais uma leitura de natureza espírita. Trata-se do livro "O Plano B", do falecido escritor bauruense Richard Simonetti. Ao contrário da leitura anterior, intitulada "A tragédia de Santa Maria", este livro é bem mais didático, com linguagem mais atual e de facilidade maior de entendimento. Abrange, através da história fictícia, conceitos básicos do espiritismo, como reencarnação, missões a serem cumpridas, protetores espirituais, livre arbítrio, desvio de rotas, evolução.

    Em resumo é um romance que fala sobre as almas gêmeas de Roberto e Cristina, que acabam adiando o destino em comum por conta da imaturidade da mulher, que em sua juventude, se deixa levar pelas ilusões da vida, tendo uma gravidez e um casamento precoces por conta disso. 

      Roberto, sendo portador de um espírito mais evoluído, passa então a canalizar suas energias para a medicina, curso que Cristina teve que abandonar por conta das obrigações com a família. Apesar dos desencontros, ambos acabam ficando juntos, ainda que com todos os adiamentos proporcionados pela imaturidade de Cristina. Como eu disse, é um livro de leitura bastante moderna e fácil, quase que um romance didático que tem como finalidade, elucidar os conceitos básicos da doutrina espírita. Mais uma vez agradeço ao amigo João Marcelo pelo empréstimo do livro. Bom domingo a todos!


* O Eldoradense

6 de nov. de 2021

Livro; "A tragédia de Santa Maria", escrito por Yvone Amaral Pereira

 



   Há muito não lia uma obra espírita. Salvo engano, a última leitura que fiz desta doutrina foi "Céu azul', de Célia Xavier de Camargo, e isso já tem mais de duas décadas. Desta vez, concluí a leitura de "A tragédia de Santa Maria", psicografado pela famosa médium Yvone Pereira, através do espírito do renomado médico Bezerra de Menezes.

     A história tem como palco principal próspera fazenda de Santa Maria, cujo dono era o Comendador Barbedo, que perdeu a esposa precocemente durante o parto da filha, Esmeralda. Diante da ira causada pelo óbito, o pai tentou assassinar a filha recém nascida, e depois suicidar-se, sem sucesso. Com o passar do tempo, o sentimento muda, e Barbedo nutre verdadeira paixão pela sinhazinha, que na adolescência vai morar com os avós maternos na cidade de Coimbra, Portugal. Lá a moça conhece Bento José, advogado boêmio e jogador inveterado, que tem a personalidade amadurecida após apaixonar-se por ela.

    Quando os dois regressam ao Brasil, casam-se, e passam a morar junto com Barbedo na fazenda de Santa Maria. Barbedo, por sua vez, vive uma relação conjugal escamoteada com a interesseira "governanta" da fazenda, Severina, que, movida por ciúmes e ambição, tenta a todo custo, e de forma dissimulada, promover a discórdia familiar.

       E é neste contexto que a tragédia acontece, desdobrando em ira, tristeza, remorsos e injustiças. A trama é de época, acontece no fim do Brasil Colônia escravocrata, o que torna a leitura complexa, com linguagem bastante rebuscada, requisitando  paciência do leitor. Vale pela história mediúnica e pela elucidação de alguns conceitos sobre a doutrina espírita. Agradeço ao amigo João Marcelo pelo empréstimo do livro.

* O Eldoradense

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...