10 de mar. de 2021

Comentário: "Com as barbas de molho"

 



     Há dois dias, Édson Fachin tomou a decisão de tornar Lula elegível por considerar os trâmites investigativos da Operação Lava Jato irregulares. E convenhamos: Ainda que Lula pareça ser explicitamente culpado, é fato que Sérgio Moro cometeu uma série de barbeiragens jurídicas durante a operação: vazou áudios sem autorização judicial, quebrou sigilos e manteve contatos que viciaram todo o processo. Deu no que deu.

    E agora, é fato que o país já encontra-se em estado ainda mais fervente quanto à polarização política para as eleições presidenciais do ano que vem, pois os dois principais postulantes, mesmo que sendo figuras desprezíveis ao meu ver, gozam de popularidade e de um eleitorado fiel. De um lado, Jair Bolsonaro detém os controles da máquina pública, e se ele já estava adotando uma política populista de direita, contrariando o mercado financeiro e o equilíbrio fiscal, preparem-se: Visando a reeleição, o atual presidente irá ainda mais além na sua conduta, ainda que ele torne Paulo Guedes um zero à esquerda no leme da política econômica.

     Do outro lado, Lula figura-se como principal nome - e forte - da oposição. A princípio, sua elegibilidade parecia  apenas reforçar a reeleição de Bolsonaro. Mas nas redes sociais, em meio a enquetes e até a uma pesquisa já divulgada no site da CNN, percebe-se um equilíbrio surpreendente.


       É fato que essa polarização fanática entre Bolsonaristas e Lulistas pouco acrescentará ao país. Candidaturas alternativas como de Ciro Gomes, Sérgio Moro e até mesmo de João Dória - dentre outros - serão simplesmente estranguladas. O pleito eleitoral terá dois protagonistas no quesito popularidade, e os outros, nem coadjuvantes serão: caberá a eles o papel insignificante de figurantes, infelizmente. Sérgio Moro, principalmente, nem deveria se meter nesta seara: Vai apanhar feio dos dois lados, como se fosse o "irmão do meio".

      O mercado financeiro e os investidores sabem o que vem por aí: dois postulantes populares e populistas, e fatalmente virão nesse contexto mais alta do dólar, queda na bolsa e fuga de investimentos no país. Aliás, esse é um processo que já está se desenhando.

           Quanto aos meros números, é fato que o barbudo é Lula, mas é Bolsonaro quem deve colocar as barbas de molho. As enquetes e recente pesquisa ainda o colocam na frente, mas sua hegemonia parece mesmo estar abalada após a decisão de Fachin. Reitero: ao meu ver, o país perde em todos os sentidos nesta polarização medíocre, mas democraticamente falando, "Vox populi, Vox Dei". E seja o que Deus quiser!


* O Eldoradense



      

2 comentários:

  1. Anônimo09:33

    _As vezes paro a pensar e chego a seguinte conclusão, as coisas que gostaríamos que existissem, existe sim, dentro da gente.
    Onde o amor impera.
    Onde a maldade é espantada... onde a generosidade prevalece.
    Isso sim, pode mudar o mundo.
    Basta aceitar o desafio.
    Coloque em prática essa bondade bonita que tem dentro de você.

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  2. Anônimo18:22

    - São tempos estranhos...
    Tenho dito isso à mim mesma nos últimos meses.
    Do nada sopra um vento com o poder de fazer transbordar mudanças e somos nós os tripulantes da vez.
    Que responsabilidade.
    Nos resta aprendermos com este momento tão cheio de desafios observando nossos erros e acertos... Tentando ser e fazer o melhor - que pudermos.
    Nos resta caminharmos buscando a cura para nossas fraquezas, amparados na fé de um amanhã diferente.
    Nos resta compreendermos que fazemos parte do todo e assumirmos nossa parcela de responsabilidade com uma visão mais humana, com mais consciência e cuidado.
    Nos resta estarmos unidos em atitudes, pensamentos e sentimentos que somem algo bom à esses dias.
    Que Deus olhe por todos.
    Que a boa vontade a esperança e a coragem permaneçam vivas dentro de nós.

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