O programa "Mais médicos" criado pela então presidenta Dilma Roussef nem de longe atendia todas as demandas em torno da caótica saúde pública Brasil. Porém, é fato que o programa preenchia algumas lacunas em áreas do país onde estes profissionais simplesmente não chegavam, seja por falta de infraestrutura, condições de trabalho ou mesmo por baixa compensação financeira. E nem é preciso ir aos rincões das regiões Norte/Nordeste para constatar o fenômeno. Aqui mesmo, no meu bairro, quem atende a comunidade do ESF do Jardim Eldorado é uma profissional cubana, solícita e competente, por sinal.
E hoje, por estas picuinhas que colocam as ideologias acima dos interesses das populações mais pobres, foi anunciado que metade dos profissionais do "Mais médicos" irá deixar o Brasil, pois o presidente eleito Jair Bolsonaro e o governo Cubano não encontraram um denominador comum, um consenso que contornasse suas divergências.
Bolsonaro disse em campanha que expulsaria do Brasil os médicos cubanos, tornando mais rigoroso o exame do Revalida para estes profissionais. É bom lembrar que o próprio STF desconsiderou a necessidade do exame para os médicos estrangeiros inscritos no programa, desde que apresentassem diploma reconhecido por Instituição Superior, além de demonstrarem conhecimentos básicos da Língua Portuguesa. Sobre estes aspectos específicos, Bolsonaro foi extremamente infeliz, haja vista que a medicina preventiva e de família em Cuba serve de referência internacional.
Agora, o outro aspecto, no qual eu concordo com Bolsonaro: Os médicos provenientes de Cuba trabalham sob um regime salarial injusto, onde a maior parte dos seus vencimentos financiam sim, uma ditadura socialista. Seria razoável que estes profissionais gozassem de uma remuneração mais adequada em relação a função que desempenham. Logicamente que o governo cubano não quer abrir mão desta "fatia do bolo", e por isso, anunciou o fim da participação dos seus médicos no programa.
É fato que, de imediato, uma boa parte da população brasileira será prejudicada pelo imbróglio. Se Bolsonaro surpreender e mostrar habilidade para preencher o quanto antes esta lacuna deixada pelos médicos cubanos, tudo bem. Caso contrário, a presença de médicos em muitos dos postos de saúde espalhados pelo Brasil será novamente fenômeno raro, artigo de luxo. Veremos no que isso vai dar...
* O Eldoradense
Essa médica que atende no postinho é umas que vai ficar por aqui, o filho dela é amigo dos meus filhos e ele mesmo confirmou... não querem voltar para Cuba de jeito nenhum!!!
ResponderExcluirAbraços!