Acompanho com máxima isenção os primeiros movimentos da transição rumo ao governo Jair Bolsonaro. A campanha findou, e todas as incógnitas de outrora vão se tornando realidade. Realidade esta que depende muito das atitudes que serão tomadas a partir de agora, e que serão merecedoras de críticas e elogios, independente da minha antipatia pelo presidente eleito.
Primeiramente, as observações que me agradaram dizem respeito à Reforma Ministerial, diminuindo para quinze o número de ministérios subordinados ao executivo. Isso pode trazer uma economia substancial aos cofres públicos. Segundo, as nomeações: Sérgio Moro, confirmado para o Ministério da Justiça é um excelente aquisição para compor o quadro, uma esperança adicional no combate ao crime organizado e à corrupção. Apesar de minhas ressalvas quanto ao juiz, sua nomeação me agrada. Também me agrada a nomeação do astronauta Marcos Pontes para a pasta da Ciência e Tecnologia. Pelo pouco que vi dele, parece ser um sujeito bem intencionado, honesto e capacitado.
Agora, os contras. Paulo Guedes, que vai agregar as pastas mais afinadas com a Economia e o Planejamento aparentemente é um indivíduo altamente preparado, mas me desagrada o fato de ele já ser investigado pelo Ministério Público por gestão fraudulenta nos fundos de pensão de algumas estatais. Isso, por si só, é motivo de desconfiança, haja vista que ele será o possível mentor da Reforma Previdenciária. Ônyx Lorenzoni, que assumirá a Casa Civil já admitiu ter recebido propina da JBS para financiar sua campanha para Deputado Federal. Ou seja: em duas das principais pastas do executivo, ambos os nomes carregam suspeitas quanto à idoneidade.
Também não vejo com bons olhos a fusão de dois ministérios que ainda hoje são conflitantes: Agricultura em junção com Meio Ambiente. Como os conceitos de agroecologia e sustentabilidade estão longe de fazerem parte da cultura dos nossos ruralistas, seria recomendável que as pastas se mantivessem separadas. Tanto é que o próprio Bolsonaro admitiu reavaliar a conduta. Por fim, a nomeação de Magno Malta para o "Ministério da Família" é uma piada para quem propõe a "nova política". Típico gesto de quem quer acomodar um aliado derrotado nas eleições para um ministério totalmente desnecessário. Nova política? Ah, tá... sei!
* O Eldoradense
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