27 de jun. de 2024

Comentário: Sobre a tentativa de golpe na Bolívia...

 



   Ontem a América do Sul viveu mais um capítulo de sua conturbada história rumo à estabilização política e à democracia. Justamente na cidade chamada "La Paz'", a capital da Bolívia, instaurou-se um cenário de tentativa de golpe armado e tomada de poder, com o suposto intuito de retirar do cargo presidencial Luis Arce, eleito democraticamente, cujo mandato se arrasta até 2025.

   Digo "se arrasta" porque é inegável que o país vizinho está mergulhado numa crise socioeconômica que acarreta, ao atual mandatário, queda brusca de popularidade. Porém, é fato que nada justifica a iniciativa tomada pelo pequeno grupo de militares que lideraram a rebelião. 

     Numa democracia, é legítimo manifestar insatisfações, contrariedades, protestar, e até destituir, via Congresso Nacional, um mandatário do executivo, desde que provado crime político. Todavia, a tomada do poder à força - via poderio bélico,  ainda que um governante esteja exercendo de forma sofrível seu mandato - não é apenas inadmissível... é criminoso!

      Há de se levar em consideração o atual contexto político, em que o presidente Luis Arce e seu padrinho político, o ex-presidente Evo Morales, estão em rota de colisão visando as eleições do próximo ano.

     Evo Morales é desafeto explítico do general golpista José Zuñiga, que declarou abertamente que não deixará o ex-presidente assumir novamente a presidência, caso vier a ser eleito. Enquanto presidente, Luis Arce, ainda que possível adversário de Evo, não poderia admitir tais declarações, e, sem espaço para outra ação, demitiu Zuñiga.

        Inconformado, o ex-general encampou uma rebelião tão impopular quanto  repentina, e em poucas horas, foi preso. No pós prisão, construiu a narrativa de "autogolpe" supostamente proposto por Luis Arce, com o objetivo de recuperar parte da baixíssima popularidade. A tese de autogolpe inclusive é defendida por Evo Morales.

       Ora, se Luis Arce propôs o autogolpe e o militar aceitou, achando que teria futuro respaldo ou anistia, o mesmo foi muito inocente, o que é difícil de acreditar. É fato que, sendo autogolpe ou golpe, o desfecho deveria ser mesmo este: prisão para os golpistas, até mesmo para que se prevaleça o espírito democrático.

        Finalizo o texto dizendo que até mesmo ex-presidentes da direita boliviana como Jeanine Añez e Jorge Quiroga condenaram o episódio lamentável de ontem, em La Paz. A democracia deve prevalecer sobre qualquer governo golpista, seja ele de direita ou de esquerda. Ponto final.


* O Eldoradense

25 de jun. de 2024

Voos em Presidente Epitácio, no último domingo...

    E no último domingo, o "Voa comigo" captou imagens lindas diretamente para este blog, em Presidente Epitácio. São dois vídeos, o primeiro, no Parque Figueiral, e o segundo, na orla... Confira!



* O Eldoradense

23 de jun. de 2024

Edifício Pedro Santiago: Conferência de altura e voo orbital...

       E neste domingo o "Voa comigo" foi conferir a altura do novo edifício de Presidente Venceslau, o Pedro Santiago, além de fazer um voo orbital sobre o mesmo. Voa comigo e confere aí...

  Música: "Billie Jean", de Michael Jackson, instrumental...


* O Eldoradense


20 de jun. de 2024

Eleições municipais: Que comecem os jogos!

 





  Daqui a pouco, mais precisamente às 17:51h, começa o inverno. Como vem se percebendo em anos recentes, a estação está cada vez mais atrelada à temperatura morna e ao calor, contrariando as regras da natureza, motivadas pelo fenômeno aquecimento global, que muitos insistem em negar. 

  Também em junho, as pré candidaturas aos cargos eletivos municipais começam a ganhar forma. Em nossa cidade, serão 13 cadeiras legislativas destinadas a pessoas de todas idades, etnias, classes sociais e níveis educacionais. Para a chefia do executivo, o perfil dos candidatos é um pouco mais homogêneo, ainda que existam diferenças, é claro.

  Há quem tente a reeleição, há quem tente voltar, há os marinheiros de primeira viagem. Há os que acreditam na democracia nua e crua, há os que contestaram as urnas no passado recente, mas que, rendidos, recorrerão a ela como meio único e legítimo  para alcançar seus objetivos. 

  Sejam objetivos meramente pessoais ou de abnegação e vontade de ajudar a comunidade, o jogo possui regras, e, se tem lá suas imperfeições, é o jogo a ser jogado, com todas as suas nuances, estratégias e  desfechos. 

    Logo, candidatos estarão pedindo votos, argumentando sobre suas plataformas, e, brincadeiras à parte, toda candidatura envolve muita coragem. Coragem pra se expor, pra tornar-se alvo de brincadeiras e críticas, pra colocar o nome à prova, pra ficar a mercê de expectativas e possíveis frustrações. Isso talvez consuma parte do tempo e da paciência do eleitor, mas que assim seja, pois é reflexo de um processo democrático, que envolve a liberdade de escolha, e ainda bem que é assim. 

      Seja qual for o resultado, este será fruto da vontade popular, e é isso o que realmente importa. Que comecem os jogos, que certamente se apresentarão mornos neste início de inverno e que, ao decorrer do tempo, esquentarão gradualmente até outubro próximo. Boa sorte aos postulantes, que o jogo seja jogado de forma respeitosa e bem nivelada, pois é isso que o cidadão, o pagador de impostos, o provedor, o dono efetivo e real da banca, quer...

* O Eldoradense

8 de jun. de 2024

Voa comigo! Treino de voo panorâmico sobre Presidente Venceslau...

  Anteontem realizei um voo panorâmico sobre boa parte do centro de Presidente Venceslau, com a decolagem realizada no Estádio Municipal. As músicas instrumentais do vídeo são "We are the champions", do Queen, e "What a wonderful world", de Louis Armstrong. Confira!


* O Eldoradense

6 de jun. de 2024

Comentário: "A nova política"

 



     Eu não sei quem foi o autor da terminologia, mas ela é recente e virou moda: "Nova política". A princípio, pareceu que surgiria uma postura vanguardista, evolutiva e que teria tudo para vir de encontro aos anseios da população, melhorando o seu bem estar e qualidade de vida. Muitos encararam esta postura com entusiasmo, replicando o termo aos quatro ventos, mas, pra variar, eu preferi aguardar para ver o que teríamos adiante. 

   E sinceramente, não estou gostando do que estou vendo: Refiro-me às posturas recentes de autoridades políticas, tanto na conjuntura "macro" quanto "micro", se é que me entendem.

     Parece que em nome de uma tal "autenticidade", os homens públicos - e isso não tem nada a ver com gênero, mas sim, com a classe política, independente de ser homem ou mulher - estão desprezando os princípios que moldam a essência, o âmago, da democracia.

     Se a imprensa critica, ela é, em suma, interesseira, mentirosa e dissimulada. Os adeptos da tal "nova política" inflamam o discurso, e, em vez de se defenderem com argumentos plausíveis, dão verdadeiros "contragolpes", muito mais parecidos com "cortinas de fumaça" do que com as réplicas argumentativas, dignas do Estado democrático de direito. Falta polidez, astúcia. Sobra truculência e despreparo!

      Se uma situação requer diálogo com os opositores, ou até mesmo receber uma autoridade política de espectro ideológico diferente, os adeptos da nova política optam pela ausência e indiferença, ainda que tal omissão prejudique de forma indireta - ou direta - toda uma comunidade, seja pela perda de convênios ou até mesmo de perda visibilidade e perspectivas.

       Ou, num caso ainda mais recente, absurdo e explícito, se a população excerce o direito de criticar uma autoridade por ela escolhida através do sufrágio universal - também conhecido por voto - o sujeito se sente ofendido, vai às tribunas e usa termos pejorativos contra aqueles que pagam o seu salário. 

      Homens públicos precisam entender que, ao entrarem no jogo político, passam a ser vidraça, aumentam a própria exposição e precisam saber lidar com as críticas, sejam elas construtivas ou até mesmo infundadas. É preciso argumentar - debater se preciso for - mas nunca insultar os provedores de sua remuneração, que tem sim, o direito de cobrar e fiscalizar pelos seus serviços.

        Enfim, se as posturas citadas acima são a essência da tal "nova política", a terminologia, ao invés de significar evolução, infelizmente está parecendo mais retrocesso e involução... 


* O Eldoradense

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...