Amigos leitores, na semana passada estive pela segunda vez em Olímpia, no Noroeste paulista, visitando novamente o Thermas dos Laranjais, o Parque aquático mais visitado do país.
O objetivo deste texto não é falar das atrações do Parque, mas sim, mostrar o quão um plano bem elaborado em torno do turismo pode alavancar a economia de um município. Digo isso porque estive lá em 2015, e sete anos depois, parece que visitei uma outra cidade: Rede hoteleira mais complexa, um maior número de restaurantes e a área urbana, ainda mais bonita. A avenida onde se concentram a maior parte dos estabelecimentos gastronômicos lembra em muito, as avenidas beira-mar das cidades litorâneas, com bastante variedade na culinária e muita música ao vivo, para diferentes gostos. O canalizado e limpo Ribeirão Olhos d'água agrega valor paisagístico ao local, tendo uma espécie de praça/canteiro no meio da avenida, com várias pontes interligando os dois lados da mesma.
De 2015 pra cá, foi inaugurado mais um grande Parque Aquático, o "Hot Beach", além de grandes resorts no modelo de multipropriedade: O investidor adquire uma fração de uma ou várias suítes, tendo participações efetivas e proporcionais aos lucros das locações. O "boom" na rede hoteleira da cidade fez com que Olímpia tenha o segundo maior número de leitos de hospedagem no Estdo de São Paulo, superando inclusive Campinas, que tem um milhão de habitantes. Obs: A cidade do Noroeste paulista tem apenas 55 mil habitantes.
Com tanta pujança turística e econômica, os ares de prosperidade almejam a construção de um Aeroporto internacional na cidade até 2026, bem como a construção de mais um Parque de diversões - seco - pelo grupo Playcenter. Tudo isso fomentado pela transformação do município em primeiro distrito turístico do Estado de São Paulo, planejamento inspirado nos moldes de Orlando, EUA. Não serão permitidos investimentos que contrastam com a vocação turística do local, como uma indústria ou fábrica, por exemplo. Porém, cogita-se um Parque industrial alinhado ao perfil das diversões aquáticas, para a fabricação de grandes piscinas, toboáguas e afins.
Com tantos números contando a favor, o desenvolvimento econômico, social e humano são consequência: Em 2018, Olímpia foi considerada a segunda melhor cidade brasileira em termos de qualidade de vida.
Tudo isso iniciou-se nos meados do século passado, onde o intuito de encontrar petróleo descobriu um bem ainda mais precioso: águas termais. A mecanização do corte da cana de açúcar mobilizou o planejamento econômico a oferecer inúmeros cursos ligados ao turismo para a mão de obra rechaçada nos canaviais. Mitigou-se, portanto, a exclusão social e econômica do processo.
Enfim, onde quero chegar? Bato sempre na mesma tecla de que distância dos grandes centros não impede prosperidade econômica de um município. Descobrindo-se uma vocação econômica aliada a um planejamento técnico, sério e viável, a pujança é consequência. Qualquer discurso contrário a isso, ao meu ver, é comodismo baseado em mero determinismo geográfico...
* O Eldoradense
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