A cada denúncia surgida nas investigações da CPI da COVID, uma certeza: O governo federal está caindo em desgraça. Como a inflação alta e o desemprego no mesmo patamar pareciam não ser suficientes o bastante para derreter a sua popularidade, eis que surgem denúncias que desgastaram aquele que seria o bastião da manutenção de um prestígio que parecia resiliente: a ausência de corrupção e a moralidade - me engana que eu gosto!
Recapitulemos a um passado não muito distante: O filho do homem estava mergulhado nas "rachadinhas". Mas aí, seus defensores diziam que o pai não poderia pagar pelo rebento, que eram pessoas distintas, coisa e tal. É muita cegueira ingênua achar que um não sabia das falcatruas do outro, mas vá lá, cada qual com suas crenças fanáticas. A esposa do homem, Michele, recebendo cheques suspeitos do miliciano Fabrício Queiroz, sem justificativa palpável. E o que dizer nesta situação? Ah, coisa da imprensa golpista, que deixou de ganhar dinheiro público do governo, e fica aí, inventando calúnias da primeira dama.
E depois, veio a pandemia, e com ela, o negacionismo. Veio também a insensibilidade com tantas mortes, veio junto o "E daí, não sou coveiro." Mas isso também não convencia os ceguetas: o vírus foi produzido em laboratório pelos chineses, o isolamento era coisa inventada para boicotar a economia - em ascensão?- e "Bolsonaro tem razão". O STF impediu o "homem de trabalhar", e o número de mortes exorbitante não era sua responsabilidade.
E aí veio a defesa da Cloroquina, o remédio comprovadamente ineficiente para a patologia, comprado aos borbotões pelo desgoverno federal. Veio a defesa do tratamento precoce e a demonização da vacina, a única medida preventiva com alguma eficácia. Veio a Pfizer oferecendo um monte de doses de imunizantes, rechaçada pelo presidente. Ah, mas não tinha autorização da ANVISA. Mas veio a CPI da COVID: E no combo, a denúncia grave das intenções de comprar a vacina indiana a preços superfaturados, sem a autorização da mesma ANVISA. Veio também a denúncia de que a vacina da ASTRAZENECA tenha sido adquirida com propina de um dólar por dose aos compradores.
Tantas evidências já seriam o suficiente o bastante para fazer ruir popularidades em qualquer país de primeiro mundo, onde a população tem elevado grau de escolaridade e, consequentemente, senso crítico. Mas logo virão desculpas ou justificativas absurdas nas redes sociais vindas daqueles que torcem política, mas não a analisam.
Enfim, a máscara do genocida -e ladrão - está caindo, mesmo que ele não a use. Só não vê quem não quer: Bolsonaro não agiu assim por convicções negacionistas, mas sim, para beneficiar-se das comissões oriundas nas compras das vacinas dos laboratórios que "propinassem" sua turma. Simples assim!
* O Eldoradense