30 de jun. de 2021

Comentário: "Caindo a máscara"

 



    A cada denúncia surgida nas investigações da CPI da COVID, uma certeza: O governo federal está caindo em desgraça. Como a inflação alta e o desemprego no mesmo patamar  pareciam não ser suficientes o bastante para derreter a sua popularidade, eis que surgem denúncias que desgastaram aquele que seria o bastião da manutenção de um prestígio que parecia resiliente: a ausência de corrupção e a moralidade - me engana que eu gosto!

    Recapitulemos a um passado não muito distante:  O filho do homem estava mergulhado nas "rachadinhas". Mas aí, seus defensores diziam que o pai não poderia pagar pelo rebento, que eram pessoas distintas, coisa e tal. É muita cegueira ingênua achar que um não sabia das falcatruas do outro, mas vá lá, cada qual com suas crenças fanáticas. A esposa do homem, Michele, recebendo cheques suspeitos do miliciano Fabrício Queiroz, sem justificativa palpável. E o que dizer nesta situação? Ah, coisa da imprensa golpista, que deixou de ganhar dinheiro público do governo, e fica aí, inventando calúnias da primeira dama.

     E depois, veio a pandemia, e com ela, o negacionismo. Veio também a insensibilidade com tantas mortes, veio junto o "E daí, não sou coveiro."  Mas isso também não convencia os ceguetas: o vírus foi produzido em laboratório pelos chineses, o isolamento era coisa inventada para boicotar a economia - em ascensão?- e "Bolsonaro tem razão". O STF impediu o "homem de trabalhar", e o número de mortes exorbitante não era sua responsabilidade.

        E aí veio a defesa da Cloroquina, o remédio comprovadamente ineficiente para a patologia, comprado aos borbotões pelo desgoverno federal. Veio a defesa do tratamento precoce e a demonização da vacina, a única medida preventiva com alguma eficácia. Veio a Pfizer oferecendo um monte de doses de imunizantes, rechaçada pelo presidente. Ah, mas não tinha autorização da ANVISA. Mas veio a CPI da COVID: E no combo, a denúncia grave das intenções de comprar a vacina indiana a preços superfaturados, sem a autorização da mesma ANVISA. Veio também a denúncia de que a vacina da ASTRAZENECA tenha sido adquirida com propina de um dólar por dose aos compradores.

       Tantas evidências já seriam o suficiente o bastante para fazer ruir popularidades em qualquer país de primeiro mundo, onde a população tem elevado grau de escolaridade e, consequentemente, senso crítico. Mas logo virão desculpas ou justificativas absurdas nas redes sociais vindas daqueles que torcem política, mas não a analisam.

         Enfim, a máscara do genocida -e ladrão - está caindo, mesmo que ele não a use. Só não vê quem não quer: Bolsonaro não agiu assim por convicções negacionistas, mas sim, para beneficiar-se das comissões oriundas nas compras das vacinas dos laboratórios que "propinassem" sua turma. Simples assim! 

* O Eldoradense

15 de jun. de 2021

Comentário: "Novelas e sátira política"



    Há quem diga que as novelas são objetos de manifestação cultural de segunda categoria, o que eu sinceramente, discordo. Para quem não sabe, o conceito de "novela" abrange muito mais do que o recurso audiovisual, sendo que a mesma é considerada "gênero literário". Sim, pois assim como numa peça de teatro, o autor da novela elabora roteiro, constrói personagens, e acima de tudo, escreve um texto. 

     E vou mais além: Uma novela bem feita leva o telespectador à reflexão, inclusive política. No meu caso, fui despertado para acompanhar a política através de uma novela transmitida pela Rede Globo em 1989, chamada "Que rei sou eu?". O ano foi emblemático: O Brasil teria sua primeira eleição direta para presidente depois da redemocratização, e no cenário mundial, caía o "Muro de Berlim", que dividia as duas Alemanhas  iniciando o processo de abertura política e econômica do Leste europeu, fazendo ruir a tal "cortina de ferro" daquele continente.

     Mas outras novelas também possuíram boa sátira política em seus enredos: "O Salvador da Pátria", "Roque Santeiro" e "O Bem Amado" são bons exemplos disso. Curiosamente o grande ator "Lima Duarte" participou do elenco das três últimas citadas. 

      Ao enxergar a sátira e a crítica políticas envolvidas num folhetim televisivo, o telespectador pode elaborar uma percepção também mais aguçada, já que grande parte da nossa população possui baixo nível educacional e uma certa aversão aos livros. A novela é uma ferramenta popular de politização, ainda que com todas as suas limitações.

        Os personagens políticos variam desde os mais autoritários até os fantoches do poder, como "Odorico Paraguaçu", "Sassá Mutema" ou "Florindo Abelha". E sempre há uma turma de influentes poderosos envolvida por trás dos conchavos políticos nas cidadelas ou reinos como "Sucupira", "Tangará", "Asa Branca" ou "Avilã". Mas também há espaço para os idealistas, os benfeitores, os que desejam prosperidade e o bem coletivo. E por mais que na vida real exista pouco espaço para os bons, não devemos perder as esperanças, nos baseando nos finais felizes das obras fictícias. 

      E fugindo um pouco das novelas, mas ainda no campo da ficção televisiva, como desprezar o famoso personagem político "Justo Veríssimo" interpretado pelo humorista Chico Anísio?

        Olhemos nas câmaras e palácios municipais, estaduais e federais de toda esta nação e observemos que há muito destes personagens incutidos por trás dos homens públicos engravatados deste pobre país. E eu diria que muitos deles fazem jus ao bordão de "Justo Veríssimo", que queria que os pobres "se explodissem". Às vezes tenho a impressão de que alguns políticos desejam deliberadamente a morte dos menos afortunados...

* O Eldoradense

2 de jun. de 2021

Comentário: Copa América 2021... Gol contra do Brasil!

 




   Quando penso que já vi de tudo o que o desgoverno federal pode fazer em termos de má gestão, eis que ele prova que pode surpreender ainda mais: A nossa pátria amada vai sediar a Copa América de futebol com o país vivendo um cenário de velório coletivo, onde foram sepultados mais de 460 mil mortos.

    E sabe o que acho, no mínimo, intrigante? Tem muita gente justificando o injustificável, numa cegueira fanática tamanha que encontra argumentos pra lá de ridículos na defesa desta insanidade! Mais intrigante ainda é perceber que tais pessoas, há pouco tempo, por motivos políticos, diziam, em suas redes sociais: "Se tivéssemos construído hospitais ao invés de estádios, não estaríamos passando por isso agora". Pois bem: Bastou o genocida aceitar a proposta da CONMEBOL para o país sediar a Copa América para que tudo se tornasse plausível, justificável e admissível. 

       Os argumentos dos que defendem o indefensável vão desde uma oposição motivada por direitos de transmissão - que não serão da Globo - até o famoso "Quer dizer que deveriam ter suspenso todas as competições?"

           Amiguinhos advoGADOS: Primeiramente, não é essa a questão. A Globo até então não estava criticando o evento quando o mesmo seria realizado na Colômbia ou Argentina, que também enfrentam dificuldades sociais e no controle da pandemia. O problema é trazer o evento pra cá, um dos principais epicentros pandêmicos do mundo! Sacaram a diferença, ou precisa desenhar? 

           O segundo argumento é sobre a suspensão de torneios futebolísticos. Não vou entrar na seara da diferença entre torneios em que clubes estrangeiros vem pra cá, jogam e vão embora e sediar um torneio internacional, ainda que sem público. Serei mais radical: Sim, não é hora ainda de realizar torneios futebolísticos, que ao meu ver, deveriam estar mesmo suspensos! Sabe por que eles continuam a acontecer? Grana, meu amigo, grana! Futebol é um grande negócio, ainda que sem público com a bunda na arquibancada, mas com a bunda no sofá.

        Não costumo usar palavras de gosto duvidoso nos meus textos, mas esse é o tipo de coisa que dá pra deixar qualquer cidadão sensato puto. Enquanto centenas de milhares de pessoas tiveram suas vidas ceifadas por irresponsabilidades governamentais na pandemia, a bola vai rolar nos gramados brasileiros, como se nada anômalo estivesse acontecendo. Enquanto algum alienado fanático grita gol, uma família chora a morte de um ente querido. Enfim, mais um gol contra deste desgoverno federal. Aos que pediram hospitais ontem, só peço uma coisa: Sejam coerentes e clamem por vacinas agora!

* O Eldoradense

1 de jun. de 2021

Comentário: "Sobre os protestos contra o desgoverno federal"

 




  Há alguns dias não escrevo para o blog. Dediquei boa parte do mês passado ao pedal, envolvido em uma jornada solidária, que felizmente, foi cumprida (e comprida, também). Não nego que a ausência de publicações deu um certo peso na consciência, mas enfim, foi por um bom motivo. E motivos para publicações de textos não faltaram em meio a tantas coisas acontecendo.

     Retomo as postagens falando sobre aquele que eu achei um "tiro no pé" promovido pelos grupos políticos esquerdistas do país: As manifestações contra o desgoverno federal do último fim de semana. Sinto-me bem à vontade em criticar, pois sou um esquerdista convicto, o que não quer dizer que tudo que é promovido pelo espectro político canhoto tem meu apoio incondicional. Ao contrário, particularmente achei estupidez manifestar e aglomerar na atual conjuntura. 

      Primeiro, nos atemos aos riscos políticos envolvidos: Em cenário de pandemia, poderia ocorrer baixa adesão dos manifestos, e aí, o grupo desgovernista viria com aquele blá blá blá de pesquisa manipulada, de fim da esquerda, coisa e tal. Não ocorreu. As manifestações nos grandes centros superaram as expectativas, mas não cumpriram, é claro, com as recomendações sanitárias necessárias do atual contexto: Houve aglomerações  e focos de grupos de pessoas sem máscara. E sejamos coerentes: Se o principal motivo para que sejamos oposição ao desgoverno é a negligência no combate à pandemia e ao genocídio promovido por ela, então, os manifestos foram sim, inoportunos e irresponsáveis.

      Amigos esquerdistas me dirão: "Mas e aí, ficaremos somente nas redes sociais, no mundo virtual, enquanto eles vão para as ruas? Eu respondo: Sim, pois se encarnamos a bandeira política antagônica a eles, seria o mais correto.

        Reitero  minha oposição visceral a este desgoverno, e quem acompanha este blog sabe do que estou dizendo. Porém, minha convicção ou ideologia não está acima das responsabilidades sanitárias ou da preservação de vidas. Agindo assim, igualaria-me àqueles que desprezam 460 mil mortos em detrimento à economia ou ao fanatismo. Não dá!  O argumento postado nas redes sociais de muitos amigos esquerdistas de que "Se houve aglomeração contra o desgoverno é porque o mesmo é mais perigoso que o vírus", não cola. 

     Não era hora para tamanha insensatez, não era hora de igualar-se aos fanáticos negacionistas. Deixemos este desgoverno se desgastar, porque até agora, é tudo e só o que ele tem feito, pois além de destruir centenas de  milhares de vidas, ele também é autodestrutivo.

* O Eldoradense


        

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...