Ontem à noite, recebi a visita de um amigo de longa data, residente em Londrina. Conversamos sobre muitas coisas, mas um assunto especial veio à tona na seara do nosso papo: a arrogância e o complexo de superioridade das pessoas. Sim, logicamente que o tema foi abordado mediante à exibição daquele vídeo lamentável onde um sujeito destrata um prestador de serviços de entrega em frente à sua casa, em um condomínio em Valinhos, interior de SP.
Mas anteriormente à isso, também já havia acontecido o incidente do desembargador em Santos, que tentou intimidar um guarda civil que o multou por transitar sem máscara em via pública, contrariando as normativas legais vigentes mediante o contexto da pandemia do novo coronavírus.
Perguntei ao meu amigo o que ele acha que está acontecendo, na opinião dele: As pessoas estão explicitando com mais veemência suas respectivas arrogâncias, ou o aparelho celular tem sido uma arma que apenas reproduz o que acontece rotineiramente em nosso cotidiano, e por isso, tantos casos expostos?
Chegamos à conclusão que isso sempre ocorreu, e que a segunda opção é mais provável. O brasileiro ainda tem arraigada em sua cultura a mentalidade de que a superioridade social pode materializar certas atitudes descabidas, onde o prestador de serviços é tido como um vassalo sujeito à submissões e caprichos. E, por isso, dentro deste contexto, o mesmo seria obrigado a tolerar arrogância, destrato, falta de educação, desrespeito. E na prática, a coisa não deve mais funcionar assim: As leis civis estão aí para corrigir tais comportamentos, e se adentrarmos na complexa discussão das leis Divinas, aí é que a arrogância e o complexo de superioridade não fazem mesmo sentido algum.
Estamos vivendo um período crítico das nossas vidas e ainda que muitos não percebam, passamos a precisar bem mais um dos outros, mesmo com todas as restrições de convívio das quais estamos submetidos. E dentro deste contexto em que os nervos parecem estar a flor da pele, cordialidade, paciência, educação e humildade são sempre bem vindos. Se o tal distanciamento social nos incomoda atualmente, a tal da desigualdade social nos perturba, enquanto sociedade, há mais de cinco séculos. Portanto, se é difícil corrigi-la, ao menos não façamos apologia orgulhosa de algo que, na verdade, deveria nos envergonhar...
* O Eldoradense
Nenhum comentário:
Postar um comentário