5 de dez. de 2012

Uso de remédios veterinários por fisiculturistas ficará mais difícil!



  O acesso a remédios veterinários às vezes usados indevidamente por humanos como droga recreativa ou para potencializar perda de gordura pode ficar mais difícil. Hoje é comum achar, em sites de fisiculturismo e no YouTube, relatos de jovens sobre os efeitos no corpo de produtos para cavalo, como o clembuterol e a boldenona. "É minha primeira vez com esse tipo de remédio, coisa para animal, o clembuterol. Eu não conseguia parar, tremendo os braços (...) Não infartei hoje porque meu coração é cigano, é jovem, aguenta pressão", diz um garoto em vídeo postado em outubro.

  Publicada há duas semanas, uma instrução normativa do Ministério da Agricultura ampliou o número de substâncias como essa sujeitas à retenção ou à apresentação de uma prescrição do veterinário -de 17 para 133. A partir de maio de 2013, por exemplo, o clembuterol -hoje de venda livre- só poderá ser entregue mediante a apresentação da receita.

  Além disso, a nova regra passa a exigir o cadastro dos veterinários que prescrevem psicotrópicos, anabolizantes, entorpecentes e outros produtos sujeitos a controle. E, ainda, a padronização dos relatórios de venda que devem ser enviados por fabricantes e lojas ao controle oficial. "A cetamina [anestésico, usado como droga recreativa], por exemplo, já estava na lista, mas agora vamos conseguir cadastrar os veterinários prescritores, o que amarra mais. A gente só
controlava quem comprava, não quem prescrevia", diz Lourdes Schaper, fiscal federal agropecuária do ministério.

  Ela aponta outros ganhos, como a maior facilidade de acesso de fabricantes dos remédios e de veterinários a substâncias que antes não eram reguladas e não tinham um controle sanitário oficial. Produtos populares em academias como anabolizantes podem causar dependência, prejudicar a sexualidade e até matar, alerta Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

  Apesar de aprovar a norma, o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda, aponta problemas. Por exemplo, os relatos de que, no passado, a receita do veterinário não era cobrada das 17 substâncias já reguladas. Folha.com      * Para visualizar a imagem em tamanho original, clique sobre a mesma.

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