9 de fev. de 2023

Comentário: "Ciclovia Prudente X Epitácio no lugar dos trilhos abandonados"

 

Projeto de ciclovia paralela aos trilhos, em Marília - SP



 Há uma questão regional que me incomoda profundamente: O abandono em que se encontram os trilhos da malha ferroviária no trecho entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio. Entra governador, sai governador e tudo continua na mesma. Não circulam mais trens de cargas, tão pouco de passageiros, nem mesmo uma simples "Maria Fumaça"  turística trafega pelos trilhos fantasmagóricos que cortam tais cidades. Mato crescendo, escuridão, descaso. É este o cenário da maior parte da malha ferroviária da antiga FEPASA. A concessão não surtiu efeitos, e ao que tudo indica, a empresa que adquiriu os direitos operacionais não vê viabilidade econômica para que o modal ferroviário seja reativado.

  Sou um entusiasta declarado do cicloturismo. Vejo possibilidades de negócios e de revitalização na transformação da linha férrea regional em uma grande ciclovia entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio. A topografia ajuda, e a princípio, a própria substituição dos trilhos pela ciclovia poderia gerar muitos empregos temporários. Estações revitalizadas, pequenos museus, concessões para lanchonetes, empresas de aluguel de bikes - inclusive elétricas - são apenas algumas das possibilidades inerentes à ideia. Nos centros históricos, a ciclofaixa cederia um pequeno espaço para os trilhos, correndo paralelas a eles, exatamente em reverência às origens das comunidades.

      Nos trechos urbanos das ciclofaixas, poderiam ser construídos parques lineares paralelos às mesmas, revitalizando o espaço, agregando beleza cênica e proporcionando qualidade de vida aos munícipes. Jardins, pistas de skate, quadras poliesportivas, postes com lâmpadas de LED incrementariam espaços centrais que carecem de vida, iluminação, modernidade. A própria mobilidade urbana ganharia dinamismo, proporcionando segurança não apenas aos ciclistas recreativos e esportistas, mas também aos trabalhadores que utilizam a bicicleta como meio de locomoção. 

       Seriam aproximadamente 100 quilômetros de ciclovia que poderiam culminar em um outro píer específico em Presidente Epitácio, mais amplo, maior, também com visão privilegiada para o Rio Paraná e espaços para fotografia, alimentação, descanso e locação de bikes e e-bikes.

     Pode parecer "viagem na maionese?" Eis aqui algumas imagens onde trilhos inoperantes cederam espaços para grandes ciclovias em duas cidades brasileiras:

Ciclovia construída no lugar dos trilhos abandonados em Carlos Barbosa - RS


 Ciclovia que substituiu os trilhos na área urbana de Santa Bárbara D'Oeste, interior de SP


  Enfim, o ciclismo hoje vai muito além de uma atividade esportiva: Configura-se como importante instrumento de mobilidade urbana sustentável e de baixos custos. No Brasil ainda temos muito a evoluir neste sentido, mas é sabido que em países como a Holanda e principalmente na Àsia, as o ciclismo está arraigado na cultura do trânsito e da mobilidade. Não faz mais sentido esperar um trem que não passa... Pedalemos!


* O Eldoradense 

Um comentário:

  1. Anônimo15:23

    Belo texto, excelente idéia, tem todo meu apoio.

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