27 de set. de 2022

Comentário: "A violência nas obras de ficção"

 



      O texto abaixo tem inspiração na cena de uma novela, ainda que sinceramente, eu não assista novelas há algum tempo. Nem sequer assisto a que inspirou o texto, mas mesmo assim, sabia que a cena de violência sexual ocorrida contra um dos personagens aconteceria, pois há algum tempo já se falava isso nas notícias de entretenimento da internet.

     Foi avisado, exatamente para que só os que quisessem assistir o fizessem, no intuito de minimizar o choque. Ainda assim, causou repulsa, e se este foi o sentimento do espectador, é sinal que a cena foi bem feita. Repito, não vi.

      Quando o assunto é ficção, estou preferindo ler livros e ver vídeos de stand up na internet. Sinceramente, acho mais leve e produtivo. Porém, é fato que muitas obras fictícias dependem dos herois, que dependem dos seus antagonistas: os vilões.

      É assim desde a bruxa que oferece a maçã envenenada para Branca de Neve, passando pelo senhor de engenho que açoita negros escravizados em sua fazenda e chegando até a Maria Bonita, que cortou a orelha de uma mulher que ousou dar em cima do seu homem, um tal de Lampião. Ah, então vamos assistir aos filmes religiosos? Lamento. A principal história religiosa retratada na ficção tem um homem apanhando um monte, sendo chicoteado por soldados romanos até ter seus membros inferiores pregados numa cruz. Acontece direto durante as encenações da Paixão de Cristo, e para a nossa vingança, ocorre um ritual chamado "malhação de Judas", em que somos estimulados a bater no boneco daquele apóstolo que traiu o protagonista.

     Enfim, existe um negócio chamado "liberdade de criação", que é uma espécie de "licença poética" dada a quem cria. Vale para escritores, autores de novelas, peças teatrais, filmes e por aí vai. Também existe um troço acoplado à televisão chamado controle remoto, que por um acaso, desliga o aparelho, e na melhor das hipóteses, troca de emissora. Este é o melhor meio de evitar dissabores. O outro método, chama-se censura, e quanto a este eu sou totalmente contra, pois é uma violência do mundo real. Violência contra a liberdade de expressão e de criação, diga-se de passagem.

    A violência que me causa repulsa não é a do mundo fictício, pois ela apenas retrata a nossa violência do mundo real, esta sim, ao meu ver, repugnante. E violência real é violência, independente da intensidade. Vai deste um tapa dado por um desequilibrado na cerimônia do Oscar até à Guerra da Ucrânia. Nestes casos, não há controle remoto que dê jeito, infelizmente...


* O Eldoradense

23 de set. de 2022

Comentário: "O vacilo de Ciro"

 



  Faltam poucos dias para o primeiro turno das eleições e meu voto está definido há algum tempo: É do ex-governador do Ceará e ex-Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Não é um voto cheio de empolgação, muito pelo contrário, é voto com ressalvas, racional e crítico. Entendo que tecnicamente ele é o mais preparado, embora sua intempestividade me faça lembrar o atual presidente da república. É o voto de quem não quer relembrar a corrupção institucionalizada de um lado, mas também não quer mais quatro anos de retrocesso deixando novamente o país sob a  tutela de um maluco - e também corrupto -  totalmente despreparado para a função. Enfim, é o voto de quem, a priori, não quer Lula, nem Bolsonaro.

     Mas o Ciro tá abusando do direito do vacilo. Em terceiro lugar nas pesquisas, o mais coerente seria ele descarregar sua munição em cima do segundo colocado, visando o segundo turno. E o que ele faz? Baixa o sarrafo em Lula, cujo eleitor já tem seu voto praticamente definido,  dando munição para Bolsonaro, o candidato da direita teoricamente mais rejeitado por boa parte do eleitorado "Cirista". É bom lembrar que aparentemente o eleitor de Ciro é em boa parte esquerdista e cearense, e que é mais fácil este eleitor estar propenso a Lula que a Bolsonaro, num segundo turno. Mas parece que a ficha de Ciro não caiu. O "Cirista" é um antibolsonarista convicto e um Lulista forçado pelas circunstâncias. Até Caetano Veloso já se encheu do vacilo do Ciro, e já fez o "L de Lula" com as mãos.

    A mágoa de Ciro pela falta de apoio petista em 2018, é compreensível. Mas seu vacilo sugere que ele tenha um ligeiro flerte com Bolsonaro caso venha a declarar um apoio. E isso não vai colar, seu eleitorado não vai dar a chancela para a direita radical e retrógrada. Sua atitude equivocada poderá até fazer com que muitos o abandonem já no primeiro turno, aderindo a campanha do "voto útil" com o intuito de liquidar Bolsonaro. 

      Fim melancólico de campanha, e embora tenha meu voto por ser contrário ao apelo do "voto útil," repito: Ciro tá vacilando feio. Se for para apoiar Bolsonaro, é melhor fazer como em 2018 e dar um passeio em Paris!


* O Eldoradense   

   

21 de set. de 2022

Vídeos curiosos: Arriscando no Karaokê - "Um violeiro toca" - Almir Sater

    E fazendo uma graça no karaokê, no estúdio montado na casa do primo Ednaldo Freitas, interpretei a música "Um violeiro toca", composta por Almir Sater/Renato Teixeira...




* O Eldoradense





13 de set. de 2022

Crônica: 'Karaokê"

 



     No último final de semana, estive em Marília. Como nestas férias não pude fazer uma viagem com V maiúsculo, valeu um bate volta até à cidade de aproximadamente 240 mil habitantes com forte influência da cultura japonesa. E, como muitos sabem, a cultura japonesa não se restringe aos yakissobas, sushis e tempurás. Afinal, assim como a gente, os amigos japas não querem só   comida: Também querem  bebida, diversão e arte!

      E uma das maiores tradições em termos de diversão herdada pela milenar cultura oriental, está o Karaokê. Uma brincadeira legal, onde o sujeito brinca de cantor, com direito a microfone e plateia. Enfim, fui com a namorada num barzinho onde o dono era japonês, mas a clientela apreciadora do karaokê era eclética e miscigenada: Gente de várias faixas etárias, etnias e com gosto musical variado. Do adolescente ao idoso, do polaco ao negrão, do cara com chapéu até o outro com camiseta de banda de rock, todos queriam "dar uma canja".

    Na mesa, entre as bebidas e as porções, um catálogo com um número infindável de músicas. O cliente anota o próprio nome, o número da mesa, além, é claro, o título e os intérpretes da música que deseja cantar junto a um código numérico. Depois disso, é só aguardar o chamado e botar a boca no trombone, ou melhor, no microfone.

      Não nego: Tive muita vontade de cantar Zeca Baleiro, Zé Ramalho ou Raul. Mas a danada da timidez que me acompanha desde criança, resolveu mais uma vez me desafiar, e desta vez, ela venceu. Ainda que eu soubesse que ninguém ali estava preocupado com a performance, meu maior julgador - o meu próprio ego - fez com que minha diversão se limitasse a assistir aos outros se divertindo. 

       É certo que evoluí. Do cara que apenas escrevia sob pseudônimo, hoje faço vídeos de bike e resenhas de livros nas redes sociais. Falta ainda um novo desafio pessoal: Falar em público, e certamente ainda não é a  hora. Mas antes disso, preciso de um treino intermediário, e cantar para uma plateia alheia aos julgamentos qualitativos é uma boa pedida. Afinal, quem canta, seus males espanta! E a timidez ainda é um mal que me acompanha. Sei não... Na próxima vez, acho que o Raul Seixas vai se revirar no caixão!


* O Eldoradense

     

 

1 de set. de 2022

O melhor vídeo de bike produzido até agora neste blog!

   Em um pedal de 102 km realizado hoje com o meu irmão, produzimos aquele que considero o melhor vídeo de bike que realizamos até agora para este blog. O cenário ajuda muito: A orla fluvial de Presidente Epitácio. O som é do Pet shop boys: "Go west"...



* O Eldoradense


Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...