24 de mai. de 2022

Comentário: "PSDB: Rachado e diminuído"

 



   Ontem, João Dória (PSDB-SP), desistiu oficialmente de concorrer à presidência da república, aparentemente mais por decisão partidária do que pessoal. Com um percentual mínimo de intenção de voto nas pesquisas e também com elevada rejeição nutrida principalmente pela pandemia em São Paulo, o tucanato abriu mão do Palácio do Planalto, algo que não ocorria desde a fundação da sigla.

      Entendia-se o PSDB um dos grandes partidos do Brasil - e ainda é - porém, admite-se que agora diminuído. Por duas vezes a sigla ocupou o maior cargo eletivo da nação, ambas com FHC. E por tantas vezes, alternando nomes, foi a principal força oposicionista ao petismo: Serra, Alckmin, e o quase presidente Aécio Neves foram os antagonistas a Lula e Dilma. Em 2018, perdendo espaço ao Bolsonarismo, Alckmin agonizou percentual mínimo de votos, e hoje, o PSDB não terá candidato à presidência. Sem dúvida há uma diminuição de relevância no cenário eleitoral, fruto talvez das sucessivas derrotas, mas também -e principalmente- das disputas internas de egos dos seus principais componentes.

      Houve muitos "rachas internos" no tucanato durante o recente histórico oposicionista, mas nenhum deles superou as ambições meteóricas de João Doria. O ex-governador de São Paulo disputou prévias polêmicas contra o gaúcho Eduardo leite, e para quê? Para anunciar, de forma melancólica e a aparentemente a contragosto, a desistência da candidatura à presidência.

        O PSDB sempre marcou presença nas eleições majoritárias do país, e ainda que não obtivesse êxitos recentes, comandava os dois principais colégios eleitorais da federação até pouco tempo atrás. Perdeu Minas Gerais para o Partido NOVO em 2018. E, ao que tudo indica, perderá São Paulo, pois Rodrigo Garcia não parece engrenar nas pesquisas, mesmo com a máquina pública nas mãos. 

     É, sem dúvida alguma, uma desidratação partidária significante, que torna necessário repensar as estratégias da sigla para manutenção da própria existência. Caso contrário, a extinção dos tucanos poderá se tornar movimento político irreversível...


* O Eldoradense    

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