Ultimamente tem sido bem difícil um filme prender minha atenção. Sinceramente, não sei porque isso tem acontecido, talvez pela enxurrada de informações que nos são repassadas via internet, e sendo assim, ficar duas horas em frente à TV talvez tenha se tornado desinteressante. E foi no aparelho celular que o trailer de um filme me despertou bastante interesse: "Não olhe para cima", da Netflix é uma comédia bem crítica ao negacionismo, aos que, em nome de um fanatismo cego desprezam os fatos e evidências.
Dois cientistas descobrem um cometa gigantesco em direção a Terra, e tal fato dizimará o planeta em exatos seis meses e quatorze dias. Ambos tentam alertar a presidenta norte-americana, que, por motivos políticos, minimiza a tragédia em um primeiro momento e elabora um plano resolutivo bastante midiático, posteriormente. Por interesses econômicos, um empresário do setor de tecnologia que financiou sua campanha aborta o primeiro plano, elaborando um segundo mais viável financieramente.
E é neste jogo complexo de interesses que pessoas deixam evidentes comportamentos duvidosos, afloram a mesquinhez e o egoísmo mesmo diante da incerteza do amanhã. Negacionismo, hipocrisia, convervadorismo falso moralista tornam-se latentes no desenrolar da trama. "Não olhe para cima" mostra como muita gente não consegue enxergar um palmo adiante do nariz e insiste em olhar para o que é pretérito e retrógrado. Traçar um paralelo com a realidade brasileira atual enquanto se assiste ao filme, então, é inevitável. A diferença é a vilã da ficção é a bela e competente Meryl Streep, enquanto por aqui a realidade é bem mais tosca e cruel.
Um bom presente proporcionado pela sétima arte, causando reflexões mediante cenários de aquecimento global e pandemia. Ao fim, cada um que tire suas próprias conclusões.
* O Eldoradense
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