31 de dez. de 2021

Feliz 2022 a todos os leitores do Blog!


 

Filme: "Não olhe para cima", da Netflix!

 




   Ultimamente tem sido bem difícil um filme prender minha atenção. Sinceramente, não sei porque isso tem acontecido, talvez pela enxurrada de informações que nos são repassadas via internet, e sendo assim, ficar duas horas em frente à TV talvez tenha se tornado desinteressante. E foi no aparelho celular que o trailer de um filme me despertou bastante interesse: "Não olhe para cima", da Netflix é uma comédia bem crítica ao negacionismo, aos que, em nome de um fanatismo cego desprezam os fatos e evidências.

   Dois cientistas descobrem um cometa gigantesco em direção a Terra, e tal fato dizimará o planeta em exatos seis meses e quatorze dias. Ambos tentam alertar a presidenta norte-americana, que, por motivos políticos, minimiza a tragédia em um primeiro momento e elabora um plano resolutivo bastante midiático, posteriormente. Por interesses econômicos, um empresário do setor de tecnologia que financiou sua campanha aborta o primeiro plano, elaborando um segundo mais viável financieramente.

    E é neste jogo complexo de interesses que pessoas deixam evidentes comportamentos duvidosos, afloram a mesquinhez e o egoísmo mesmo diante da incerteza do amanhã. Negacionismo, hipocrisia, convervadorismo falso moralista tornam-se latentes no desenrolar da trama. "Não olhe para cima" mostra como muita gente não consegue enxergar um palmo adiante do nariz e insiste em olhar para o que é pretérito e retrógrado. Traçar um paralelo com a realidade brasileira atual enquanto se assiste ao filme, então, é inevitável. A diferença é a vilã da ficção é a bela e competente Meryl Streep, enquanto por aqui a realidade é bem mais tosca e cruel.

  Um bom presente proporcionado pela sétima arte, causando reflexões mediante cenários de aquecimento global e pandemia. Ao fim, cada um que tire suas próprias conclusões.


* O Eldoradense




21 de dez. de 2021

Crônica caricata, mas com um fundo de verdade: "Verão"

 


     É, amigos, oficialmente, ele chegou hoje. Mas tal qual aquela visita indesejada e desagradável, parece que já tá por aqui faz uns dois meses, tamanha sua presença de espírito... de porco! Tô falando do verão, aquela estação celebrada por muitos, principalmente aqueles que moram no litoral, curtindo por mais tempo a praia e sendo acariciados pela maresia. Não é o meu caso!

     Moro no interior de São Paulo, mais precisamente no Pontal do Paranapanema, lugar tão quente que até o diabo resolveu fazer um morro pra chamar de seu! Sim, aqui onde parece existir o "segundo sol", onde o asfalto é capaz de fritar um ovo e a gente parece estar constantemente sendo preparado num microondas ou numa air fry!

     E pra ajudar, chuva aqui virou coisa rara de acontecer. A meteorologia pode até acertar previsões pluviométricas em outras cidades, mas quando o assunto é Presidente Venceslau, São Pedro parece que faz "pegadinha do Mallandro": Enche o céu de nuvens carregadas, e manda, no máximo, uma garoa. Ou a garoa seria coisa dos demônios... da garoa? Não sei, só sei que aqui não chove nem com reza brava! Tem horas que eu olho pro céu e pareço ver São Pedro debochando da gente e falando "glu glu, ié ié!"

    Na boa, pra mim, o verão não é bem vindo. Esse calor me derruba. Por aqui, o sol tá acordando antes dos galos e fazendo hora extra no fim de tarde. Outrora, nesta época do ano, a única coisa que prestava era o horário de verão, principalmente de manhãzinha, pois ainda estava escuro e com temperatura um pouco mais agradável. Até isso mudaram, favorecendo este calor infernal.

       Fico no quarto a tarde toda, ligando o ar condicionado e imaginando a conta de luz crescendo como num taxímetro, porque usufruir da energia elétrica também parece ter virado artigo de luxo. Tomar quinze banhos por dia, não resolve. Sai água quente do chuveiro desligado, mesmo que eu não tenha placas de energia solar no telhado de casa. 

      Enfim, verão, você é agradável. Não pra mim, mas pra quem reside na beira do mar ou no máximo, para os ribeirinhos, como os vizinhos Epitacianos. Que chegue logo o outono!


* O Eldoradense 

11 de dez. de 2021

Comentário: Livro - A gestação da Terra, por Robson Pinheiro

 


   Mais uma obra literária de natureza espírita concluída: Trata-se de "Gestação da Terra", escrito por Robson Pinheiro e psicografado pelo espírito Alex Zanthú. A obra descreve todo o processo de criação do organismo vivo que é nosso planeta e também como ocorreu o processo de evolução através das mãos do Criador. 

     De início, a leitura, na minha opinião, não flui de forma muito clara, mas quando a História Humana começa a ser descrita sob o ponto de vista das influências espirituais, a narrativa torna-se bastante envolvente.

     Ficam claras as possibilidades de não estarmos sozinhos na galáxia infinita, de que espíritos evoluídos vindos dos céus encarnam entre nós para promover a evolução científica, artística e principalmente no campo das ideias. Porém, da mesma forma, espíritos em sintonia com as forças do mal também promoveram, ao longo dos tempos, guerras, escravidão e sede pelo desmedida pelo poder e pela matéria. 

      Sob a ótica do espiritismo, o planeta vive em constante influência das forças do bem e do mal, sendo que a evolução, estagnação ou retrocesso da humanidade, depende muito das ações destas forças. Sendo assim, fica bem didático entender, à luz da doutrina, processos históricos como a Escravidão/Abolição, Idade das Trevas/Iluminismo, bem como as grandes guerras mundiais.

         Notemos que todos os povos que habitam nosso planeta, mesmo com tantas diferenças culturais, convergem para uma certeza quase que instintiva: a da crença na vida eterna pós morte.

          Os mais céticos dirão que isso é fruto apenas da inconformidade com a finitude do ser. Não concordo. Há mesmo algo além da nossa matéria corporal, algo espiritual e vibracional, que provavelmente nos faz evoluir em direção ao aprimoramento da alma. Bom livro!


* O Eldoradense

3 de dez. de 2021

Comentário: "Patrocinadores e nomes de estádios"

 


  O futebol é um esporte apaixonante, mas exatamente por ser apaixonante, é um grande negócio, altamente rentável. E quem patrocina, dita as regras. Sim, porque o próprio núcleo etimológico da palavra "patro" cínio, lembra "patrão", aquele que banca. E quando alguém te banca, meu brother, você está sujeito às regras e imposições, caso contrário, você não se sustenta.

     E nesta lógica do capitalismo esportivo, uniformes tradicionais perdem sua essência com cores cada vez mais exóticas e sem identidade, jogadores rodam por "trocentos" clubes, quando não saem ainda da base para outros países. Enfim, o mercado tomou conta da paixão. E como se não bastasse, os estádios, aos poucos, estão perdendo a essência dos seus nomes populares. Estádios? Ah, não! O mercado agora exige que os estádios, templos do futebol, sejam chamados de "arenas". Quando leio isso, fico imaginando um peão de boiadeiro caindo do cavalo dentro da área e pedindo pênalti. 

       E o que mais lamento é que nosso futebol contém nomes muito bonitos de estádios, coisa linda, quase que poética. As aves da nossa fauna foram homenageadas no Maracanã e Canindé, por exemplo. Estádios como "Noiva da colina", "Brinco de ouro da princesa" e "Moça bonita" são verdadeiras odes à figura feminina. Cidades, bairros e gentílicos são homenageados, tornando-os tradicionais: "Prudentão", "Pacaembu", "Morumbi", "Vila Belmiro", "Mineirão". A beleza da paisagem enaltecida em "Serra Dourada" , "Beira Rio" e "Ilha do retiro". Isso tudo fora os nomes avulsos, mas não menos bonitos como "Castelão", "Barão de Serra Negra", "Olímpico", "Santa Cruz", "Fonte Luminosa" e "Fonte Nova".

      O Palmeiras e o Corinthians, por exemplo, sucumbiram ao mercado. O estádio do verdão, antes mesmo de se tornar "Allianz Parque", já era "Parque Antárctica", quando o nome "Palestra-Itália" soava bem mais bonito e autêntico. O Corinthians, por mais que tenha mudado o estádio do Parque São Jorge para o bairro Itaquera, poderia manter aquele lance tradicional de "Itaquerão". Convenhamos: Neo Química Arena é um nome extenso e chato pra caramba. 

       E ainda existe um caso mais mercadológico, que envolve mudança de nome do clube. O tradicional Bragantino, agora é Red Bull Bragantino, com direito a nome virando sobrenome e mudança na cor de uniforme.

       Daqui a pouco, o mercado vai abocanhar de forma mais explícita outros assuntos, violando a essência de templos de outra natureza: Não se surpreenda, se daqui uma década, alguém dizer que vai assistir a um culto na "Arena Malafaia"...


* O Eldoradense  

2 de dez. de 2021

Comentário: "Desdizendo tudo o que disse sobre gatos"

    




   Vinte e nove de abril de 2021. Há alguns meses, fiz uma crônica intitulada "A inutilidade felina", que tinha mais um teor provocativo aos donos de gatos do que aos bichanos, propriamente. Não que aquele texto expressasse genuinamente tudo o que penso sobre os gatos, mas tinha lá o seu fundinho de verdade irônica. Esculachei um pouco os felinos, admito. Mas como diria o mestre Raul Seixas, cá estou, para dizer o oposto de tudo aquilo que eu disse antes. Sim, é preciso ser "metamorfose ambulante", quando justo e necessário.

     Há três anos uma gata frequenta preguiçosamente o quintal da minha casa. Há três anos eu procurava me aproximar dela, que se esquivava com destreza e agilidade irritantes. Enfim, um pouco daquele texto talvez fosse despeito pelo desprezo que aquela gata me dispensava. Eu me sentia usado, oferecendo apenas a hospedagem que lhe era conveniente.

    Mas minha insistência teve recompensa, há algumas semanas. Num momento de rara distração, consegui pegá-la e fazer carícias em sua cabeça. Foi o suficiente para que agora ela não me deixe em paz, requisitando atenção e carinho. Ontem recebi um vídeo feito pela minha mãe onde a felina miava reclamando minha ausência em frente ao portão de casa. Sim, se o cachorro do Roberto Carlos sorria latindo em frente ao portão, "minha" gata miava chorando! Fiquei comovido. Resolvi que hoje vou a um pet shop e "morrer num pacote de ração". Coração mole, coisa da idade, já não sou mais o mesmo.


      Mas enfim, fica o registo de que os gatos não são tão egoístas quanto parecem. Eles também são cuti cuti, carinhosos e amorosos, à sua maneira. E como eu não sou nenhum ser teimoso, inflexível ou turrão, cá estou! É melhor ser metamorfose ambulante do que manter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei quem sou..


* O Eldoradense

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...