Parasita. É assim que o senhor ministro da economia Paulo Guedes denominou as mais diversas categorias profissionais de servidores públicos, no mais autêntico estilo boquirroto deste governo medíocre. Fala com a propriedade de alguém que está fazendo a economia crescer às custas dos direitos do trabalhador, da explosão do serviço informal e do subemprego, comemorando percentuais de expansão econômica que mais se assemelham aos voos de galinha, de tão pífios que ainda são.
Lembremos que da forma que está sendo executada a nossa política econômica, é óbvio que acontecerá crescimento estatístico desenfreado, como em dado período da ditadura militar. A lógica não é tão complexa: diminui-se os direitos de quem trabalha, aumenta-se a mais valia da relação capital/trabalho e os investimentos aparecem, tais quais como coelhos saltitantes de dentro da cartola. De imediato, teremos uma sociedade inebriada pela tal "retomada", que propiciará louros políticos, mesmo que tal ilusão mascare a barca furada na qual estamos nos metendo. Lembram-se do Chile? É mais ou menos isso.
Portanto, apesar de tal declaração me ofender diretamente enquanto servidor público - e parasita, segundo o ministro - ela não me surpreende. Não me surpreende exatamente porque este pessoal não está nem aí para quem está na base da pirâmide, seja o assalariado do setor público, ou do privado. Afinal, o próprio presidente disse que teremos que escolher entre ter empregos ou ter direitos! Ora, eles são tão incapazes assim que não conseguem conciliar uma coisa com a outra?
Enfim, o bicho tá pegando e pouca gente caiu na real. Creio inclusive que muitos amigos meus - parasitas, ou não - defenderão o ministro, alegando que sua fala foi retirada de contexto. Tá ok! A gente marca uma rodada de cervejas e entra na discussão. Ou melhor: escolhemos as veias de algum braço estatal sadio e roliço para beber o respectivo sangue. Afinal, se somos parasitas, nada melhor que uma vitamina de hemácias, leucócitos e plaquetas!
* O Eldoradense
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