Demolição do coreto da "Praça da Feira" Imagem: Portal Bueno |
Sinceramente, a cena não deixa de ser chocante por se tratar de um monumento público, histórico, que fez parte da paisagem do local por tanto tempo. Imagino que muitos dos que habitaram as adjacências da “Praça da Feira” sentiram um pouco de chateação ao testemunhar a demolição do coreto no ponto mais central do recinto, mesmo que tenham consciência de que na atualidade, o monumento tornou-se inviável, e de certa forma, indesejado, (infelizmente!)
É compreensível que alguns reclamem pela demolição, o assunto por si só é dúbio, mistura sentimentos, história e necessidade de transformação. Porém, é inegável que a situação dos coretos em Presidente Venceslau ganhou contornos tão distorcidos que culminariam em suas demolições. É assunto pretérito na Praça Nicolino Rondó, tema atual na “Praça da Feira”, e quem sabe, demolição futura também aconteça na “Praça da Matriz”. Aliás, é na “Praça da Matriz” que aconteceram dois crimes: um esfaqueamento recente e também o fogo ateado no corpo de uma pessoa, anos atrás.
O argumento de que é preciso educar pessoas ociosas e viciadas, acolhê-las e reinseri-las ao convívio social adequado, é válido e consistente. Mas uma coisa não impede outra: a curto prazo é preciso sim inibir os focos de pequenas aglomerações de indigência, viciados, alcoólatras, e posteriormente, tentar promover a recuperação mínima destes indivíduos. A maioria das pessoas sentia-se intimidada em frequentar os referidos locais públicos pois tinha muita gente “bagunçando o coreto”, no sentido mais literal da terminologia. Gente pedindo dinheiro, e muitas vezes, esboçando algumas ameaças quando tinham seus pedidos negados. Ruim para os frequentadores, péssimo para os comerciantes adjacentes.
Porém, fica a cobrança ao Poder Público de que é preciso se fazer mais. Não é de hoje que as Praças Públicas estão feias, sujas, obsoletas. Os serviços de jardinagem são esporádicos, as iluminações precárias, os banheiros públicos sofríveis. A derrubada dos coretos não pode ser medida pontual, mas precisa ser o início de uma longa jornada que visasse tornar nossas Praças Públicas modernas e atraentes para os frequentadores. Imagino que o Poder Público já tenha em mente o que construir no lugar do que demoliu: como já foi dito anteriormente, as sugestões passam por uma base comunitária da PM, academia popular e playground. É necessário uma compensação o quanto antes! A propósito, tenho minhas restrições em relação àquela Fonte Luminosa da Praça Nicolino Rondó, que volta e meia é reinaugurada, mas que em boa parte do tempo, fica acumulando água parada e suja no seu interior. Ela é linda, quando bem cuidada. Se a manutenção adequada for muito complicada de ser realizada, creio que seja melhor repensar sua existência.
Enfim, a modernização e o embelezamento das praças, ao meu entender, passa por inúmeras medidas, sendo que algumas delas, são impopulares, mas necessárias. Engloba também o comércio informal que ocupa as dependências da praça mais centralizada de nossa cidade. E antes que alguém diga que isso é perseguição, digo: não é! Não tenho nada contra os camelôs, mas entendo que aquele espaço é Público, e os empreendedores e trabalhadores informais merecem um recinto específico, com infraestrutura mais adequada para realizarem suas atividades. Há a necessidade de reformar o piso das praças, ornamentá-las, iluminá-las, torná-las mais limpas e agradáveis. Enfim, a derrubada do coreto precisa ser o primeiro passo, não podendo ser o ÚNICO passo…
* O Eldoradense
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