6 de mar. de 2024

Comentário: "Não é Holocausto, mas..."

 



  Reafirmo o que havia dito no texto anterior sobre a postura de Lula diante do conflito Hamas/Israel: O presidente brasileiro cometeu grande exagero ao comparar os acontecimentos ligados ao Holocausto com o atual contexto bélico no Oriente Médio. Errou por conta na natureza e por conta da magnitude dos fatos, pois Hitler assassinou seis milhões de judeus por motivo torpe, xenófobo. Errou por conta do pragmatismo político, pois é fato que o posicionamento do Brasil diante dos fatos nada mudará em relação aos desdobramentos do conflito. Porém, aqui, sim, sua fala deu munição aos adversários políticos: E eu me refiro  à perda de popularidade e à polêmica desnecessária, porque aquela bobagem de pedido de impeachment tem um embasamento tão pífio quanto o da eficácia cloroquina no combate à COVID.

   Porém, minha crítica à fala restringe-se ao exagero na comparação do Holocausto. Digo isso porque o que tem de gente apoiando as atrocidades cometidas por Israel diante de todo um povo, não está no gibi. Israel tem o direito pleno de defesa contra o Hamas, e este é um ponto. Ao expandir seu contra-ataque ao povo Palestino colocando-o numa posição de extrema opressão e cometendo sim, genocídio e crimes humanitários de guerra, perde grande parte de sua razão. Isso é fruto da política sionista que usa o pretexto do contra-ataque contra o Hamas para autoafirmação do Estado judeu. 

    Os nossos defensores incondicionais de Israel usam o contexto bíblico para argumentar e justificar o genocídio, misturam política internacional com religião, sem sequer saber que cristãos não são lá muito bem vindos em terras judaicas. A propósito, é fato que por lá, nem Cristo foi bem vindo! Estou mentindo?

    Torço pelo cessar fogo e pela criação do Estado Palestino como uma das formas de tentar mitigar a rivalidade histórica e étnica no Oriente Médio. Os membros do Hamas e de outros grupos terroristas, devem e merecem represálias, mas eles não representam, nem de longe, todo um povo. E sim, se a ONU fosse, de fato, mais atuante, já deveria ter colocado um freio nos exageros cometidos pelo Estado de Israel, venerado de forma equivocada e incondicional pela maioria do povo brasileiro.


* O Eldoradense


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