11 de jan. de 2023

Facebike na orla Epitaciana: "New years day", com o U2

    E no fim da tarde de ontem, o Facebike mais uma vez esteve na orla Epitaciana em companhia da Eliane, ao som do U2: "New years day". Confira:

* O Eldoradense

10 de jan. de 2023

Crônica: "Bom dia. Eu sou o cavalo..."




     Bom dia, eu sou o cavalo. Sei que vocês dizem que apenas os falastrões dão bom dia aos cavalos, mas a saudação partiu de mim, então, responder é uma questão de educação. Se eu parecer confuso, me perdoem: Barras de ferro atingiram minha crina e meu crânio no último domingo, numa manifestação que clamava por "Deus, pátria e família..."

      Meu amigo policial me retirou da baia e fomos à praça dos três poderes fazer um trabalho de vigilância. Havia muita gente de amarelo, pareciam estar furiosos. Sim, amarelo é uma das poucas cores que enxergo, e isso eu vi muito bem. A coisa foi ficando feia, os humanos de roupa amarela estouraram feito boiada cujo líder da comitiva havia perdido o controle. Partiram para cima de tudo e de todos, até que alguns "filhos de uma égua" agrediram a mim e ao meu amigo humano. Acho injusto este termo com os equinos e nossas mães, mas o convívio com os humanos me faz relinchar no idioma deles. Então, alguns termos são inevitáveis...

    Barra de ferro na cabeça, doeu pra caramba. Não entendia o que estava acontecendo, e com a pancada, fiquei mais confuso ainda. Mas eles destruíram tudo: Tal qual a vaca amarela, pularam e quebraram as janelas, fazendo muita merda. Não sei se as vacas amarelas de verdade chegam a tanto, mas perdoem-me: forças de expressão dos humanos...

     Depredaram, arrancaram cadeiras, e pasmem: Até um crucifixo foi arrancado violentamene da parede! E olha que eles se dizem Cristãos! 

       É estranho este pessoal me agredir. Justo eu, que faço parte da espécie que ajudou este país a ganhar independência de Portugal, carregando D. Pedro I no lombo às margens do Rio Ipiranga. Pode perguntar! Não perguntem no posto Ipiranga, mas ao Google ou aos livros de história. Agora, estes mesmos caras que vestem amarelo pedem o fim da liberdade sob a intervenção do pessoal de verde oliva. Juro que não entendo!

     Olha, ao que percebo, tal intervenção não vai rolar. Podem tirar-me da chuva se esperam isso! Na verdade, este pessoal arrumou sarna para se coçar. Se eles almejavam cavar a própria sepultura, começaram a "cavá-la"! 

      As prisões começaram e as investigações também. As autoridades querer que se dê nomes aos bois. Ou aos mandantes dos bois? Desculpem-me, estou confuso. Não sei quem são os bois nesta história. Mas também acho o termo injusto com os amigos bovinos. Assim como é injusto chamar meus primos quadrúpedes de burros. Os seres humanos, muitas vezes aparentam ser muito mais burros que os próprios burros! Enfim, força de expressão. O convívio me fez pensar em idioma humano, e algumas forças de expressão são inevitáveis...


* O Eldoradense

    

 

2 de jan. de 2023

Comentário: " Como me tornei santista"...

 


 Provavelmente eu já deva ter escrito sobre isso, não me lembro ao certo, sinceramente. Mas a passagem de Pelé para o plano celestial é motivo para que eu reescreva, se for o caso. Se ainda não escrevi  sobre "como me tornei um santista", melhor ainda...

    Sou nascido em 1977, uma década depois do período de ouro do Santos. Teoricamente falando, cresci em um período de vacas magérrimas em relação aos títulos do meu clube, vivenciando uma fila de dezoito anos sem conquistas relevantes para o peixe. Pela lógica, não teria motivo algum para torcer pelo Santos. Das lembranças mais remotas, recordo ter chorado muito o vice-campeonato brasileiro de 1983, aos 6 anos, diante da TV, sucumbindo ao Flamengo de Zico. Comemoramos o Paulistão de 1984, triunfando sobre o arquirrival Corinthians. Depois disso, uma verdadeiro calvário até a conquista de um título relevante, o brasileiro de 2002, diante do mesmo Corinthians.

    Porém, cresci ouvindo do meu pai histórias maravilhosas em relação às conquistas do alvinegro praiano. Conquistas épicas, orquestradas nada mais nada menos do que Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos.

     Por várias vezes, após o almoço ou o jantar, meu pai era o condutor do assunto "Santos de Pelé", enquanto eu, minha mãe e meu irmão, éramos ouvintes atentos. Diante das palavras, para mim, era como se um projetor holográfico fosse montado em meus pensamentos: Pelé driblando vários adversários, tabelando com Coutinho, arrematando para o fundo da rede, socando o ar e abraçando Zito. Posteriormente, chegavam Doval, Mengálvio, Pepe, e, obviamente, o próprio Coutinho.

    A imaginação voava: Naquela mesa, o Santos mediano da minha época tornava-se praticamente imbatível, vitorioso, triunfal. Eis que um dia, eu pergunto ao meu pai por qual motivo ele se tornou santista, sabendo que meu avô paterno não ligava para futebol. 

      Ele explicou que quando criança, um professor primário foi lecionar na escola rural no município de Marabá Paulista. Este professor tinha uma visão didática diferenciada: Incentivava os alunos a terminarem as tarefas o quanto antes, e o tempo que sobrasse, os levava ao campo de futebol que ladeava a escola.

     Lá os alunos jogavam bola e conversavam, num ambiente de proximidade ao docente. Ressalto: Não era algo comum para a época. Os professores eram tutores, consideradíssimos pelas comunidades, mas de certa forma, distantes. Temidos pelos alunos, até. Este professor, de métodos didáticos diferenciados, ganhou a simpatia e o respeito dos alunos e dos pais dos mesmos. Era convidado frequentemente para as refeições nas casas da comunidade, e um dos seus assuntos preferidos era também o Santos de Pelé. Enfim, um professor santista que influenciou meu pai, que posteriormente influenciou a mim e ao meu irmão.

    Pelé foi isso: Um amontoado de conquistas épicas, menos documentadas do que merecia, por força das circunstâncias da época em que jogou. Mas para suprir esta carência, suas histórias foram repassadas de geração para geração, atestadas em alguns registros maravilhosos em vídeos com atuações pelo peixe e pela seleção Brasileira.

   Final da Libertadores em La Bombonera, diante do Boca, dos Mundiais contra Benfica e Milan, Copas do Mundo de 1958, 62 e 70. Milésimo gol, juiz expulso pela torcida após expulsar o rei, guerra interrompida na África, exibição de gala contra a Prudentina. Enfim, de quantas histórias fui ouvinte e por quantas vezes lamentei por não ter crescido na década de 60 e ouvido tais histórias em tempo real, nos antigos aparelhos de rádio. Porém, se assim fosse, eu não seria filho de quem sou. Tudo ao seu tempo.

     Mas sem dúvidas, os pés de Pelé tornaram as areias de Santos e o gramado da Vila Belmiro encantados para a formação formação de craques: Diego, Robinho e Neymar acalentaram este coração tão sofrido nas décadas de 80 e 90.

    Quando recebi a notícia do passamento do rei, estava diante do celular, num posto de beira de estrada a caminho de Marília. Sabia que seu estado de saúde era grave, mas é uma notícia complicada de se digerir, confesso.

  Houve comoção mundial, homenagens em vários templos futebolísticos do globo. Não poderia ser diferente. Hoje, o rei está sendo velado e seu sepultamento será numa necrópole vertical, com vista para a Vila Belmiro. Nada mais emblemático: O rei, que tantas vezes lutou em campo pelo Santos, agora se tornará um anjo negro que vai vigiar e interceder pelo peixe lá de cima...


* O Eldoradense


Comentário: "O tio França foi uma vítima"

    Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, ...