Encerrados os Jogos Olímpicos em Tóquio, é inevitável fazer o balanço do desempenho dos nossos atletas, que apesar de todas as dificuldades, fizeram bonito na terra do sol nascente. Só Deus sabe o quão difícil é ser atleta no Brasil, desde a precariedade e insuficiência de praças esportivas, passando pela pouca valorização dos profissionais de Educação Física e chegando ao desinteresse dos patrocinadores em esportes que possuem menor visibilidade.
Mas enfim, foram 21 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e outras 8 de bronze, que renderam ao país a 12ª colocação no quadro geral, a melhor de todos os tempos, sendo o terceiro país melhor colocado das Américas, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá. Nada mal, em se levando em consideração que as projeções para os jogos de Paris, daqui a três anos, prometem superação.
Foi bonito. Difícil não se encantar com a nossa "skatista de prata" Rayssa Leal, ou então, com o "surfista dourado" Ítalo Ferreira. E a Rebeca Andrade? Que show de simpatia, desenvoltura e maturidade. Ah, e sejamos justos: A mulherada mandou muito bem do outro lado do mundo! Seja no boxe, no judô, na maratona aquática, na vela, ou nas quadras de tênis e vôlei, nossas heroínas saíram com medalha no peito.
Confesso que fiquei decepcionado com Henrique Avancini, no Mountain Bike e com Gabriel Medina, no surf. Não corresponderam às expectativas depositadas, bem como a seleção masculina de vôlei, todos favoritíssimos, mas sem contemplação medalhística. Coisas do esporte.
E o futebol? Conseguiu um ouro épico, batendo a Espanha, num jogo disputado. Na hora da premiação, não vestiu o agasalho da patrocinadora oficial de todos os atletas olímpicos brasileiros, priorizando a marca vinculada à CBF, causando uma polêmica desnecessária, que coloca em risco desportistas que ganham muito menos que os futebolistas. Egoísmo, caracterizando que o futebol, mais uma vez, é um mundo à parte. Ouro de tolo, como diria Raul Seixas.
Fica a expectativa de melhoria contínua a cada Olimpíada, haja vista que somos um país que reúne condições favoráveis para a prática desportiva: temos um clima invejável, uma população étnico-cultural miscigenada, rios e mares abundantes. Basta mais investimento, e fatalmente, logo estaremos no "top teen" do quadro geral de medalhas. Investimento este que passa pelo estímulo ao esporte, desde as aulas da Educação Física nas escolas até os projetos específicos para comunidades carentes e em risco de vulnerabilidade social. Façamos do esporte um objeto de inclusão, e fatalmente, seremos potência olímpica..
* O Eldoradense
Uma pequena decepção com alguém pode colocar em causa toda a confiança que depositávamos nessa pessoa.
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