Sou aquele canarinho que cantou em seu terreiro Em frente sua janela eu cantava o dia inteiro Depois fui pra uma gaiola E me fizeram prisioneiro Me levaram pra cidade Me trocaram por dinheiro
No porão daquele prédio era onde eu morava Me insultavam pra cantar Mas de tristeza eu não cantava Naquele viver de preso muitas vezes imaginava Se eu arrombasse essa gaiola Pro meu sertão eu voltava
Um dia de tardezinha veio a filha do patrão Me viu naquela tristeza e comoveu seu coração Abriu a porta da grade Me tirando da prisão "vá-se embora canarinho vá cantar no seu sertão"
Hoje estou aqui de volta Desde as altas madrugadas Anunciando o entardecer E o romper da alvorada Sobrevoando a floresta E alegrando minha amada Bem feliz por ter voltado, pra minha velha morada...
Obs: Homenagem à "Chico Rey", cantor que pertencia à uma dupla magnífica, do tempo em que a música sertaneja ainda possuía alma, letra e conteúdo.
Ele chegou na ribeira Chegou ligadão Ah, ele sorriu e beijou, dez vezes o chão Ele chegou sexta-feira Guitarra e wah wah Ah, ele sorriu e rezou Só pra começar
Preto aprendeu na marra Nas farras de Santana Teve visão pra aprender De um jeito que eu não sei
Parecia um caso de ficção Jimmy Hendrix no morro era o Preto Damião Johnny be good com legenda, uma lenda, é Tudo que os meninos sonham mas não podem ser Fazendo som, fazendo o bem, fazendo mais, muito mais Do que eles, do que tu e do que eu Inda dançava como cão, dando pulo pelo chão Parecia um discípulo de Orfeu
Ele tocava din gui don e gui don mei baião Com macumba e piscava pra você Ganhava a vida em Corumbá, Morro do Pilão e Maranhão E Louisiana e Manhattan no verão Só pra poder, só pra poder forjar a lâmina do som Passear a alma no campo da solidão E ver o dedo finalmente aprender A melodia que ninguém sabe fazer
Ele chegou na ribeira Chegou ligadão Ah, ele sorriu e beijou dez vezes o chão Ele chegou sexta-feira Guitarra e wah wah Ah, ele sorriu e rezou Só pra começar
Tudo começa na barriga da miséria Escravo da Nigéria, trisavô de Damião
Chegou no tráfico do inglês, ou, talvez, holandês Pra servir o senhorio português
Só pra dizer, só pra dizer que Damião aprendeu Nesse Rio submerso da esperança
Se entrega, negão, eu não me entrego, não Vou buscar no mundo o que é meu!
Um bêbado estacionou sua bike no jardim do Palácio da Alvorada, em Brasília, quando foi abordado pelos seguranças, que argumentaram:
"O senhor não pode parar sua bicicleta aqui! Neste lugar fica a Presidente da República, e aqui é também frequentado por vários ministros e deputados!"
Há quem tenha ficado surpreso com o depoimento de um dos delatores da "Operação Lava-Jato", em que Aécio foi citado por levar 1/3 das propinas de Furnas. Enquadro-me no grupo dos surpreendidos, pois sempre achei que ele levava, no mínimo, 2/3!