31 de mar. de 2025

Crônica: "O homem e o céu"

   

 O Homo sapiens, também conhecido como ser humano, é capaz de andar de forma ereta por natureza e nadar através de treinamento para tal. Sua anatomia física, por meio de braços e pernas, permite a locomoção via terrestre e aquática. Infelizmente, levando-se em conta o literal, e não o metafórico, não somos capazes de voar sem o auxílio de uma máquina ou equipamento auxiliar. Não possuímos asas, tão pouco uma capacidade telepática que faça com que nossos corpos flutuem, levitem. E, sinceramente, acho que isso nos causa uma certa frustração. 

    Lembro-me de uma cena clássica do cinema, do filme "2001, uma Odisseia no Espaço". Salvo engano, já na primeira cena do longa-metragem, um primata corpulento arremessa para o alto um osso, e a câmera foca o objeto arremessado nas alturas. 

       Na vida real, de lá pra cá, já foram construídos templos religiosos com suas torres imponentes, pirâmides suntuosas, todos apontando para o firmamento, tamanha é a fissura humana pelo que está muito acima de nossas cabeças. As mesmas cabeças que inventaram balões, dirigíveis, pipas, aviões, satélites, ônibus espaciais, drones, carros voadores.

    Voltando ao campo religioso, é fato que várias denominações e seitas abrigam seus deuses no firmamento. A principal oração do Cristianismo, por exemplo, em sua primeira frase, já menciona: "Pai nosso que estais no céu". É, o céu fascina, encanta, certamente por ser misterioso, um grande e infinito desconhecido, algo que está acima de nós exatamente para evidenciar nossa pequenez. 

     Busquemos o céu, ambicionando a vida eterna através de gestos solidários, do caráter honroso e da caridade. Sem esta de comprar terrenos no firmamento, pois isso é coisa de charlatão que vê na riqueza material o seu próprio céu, infernizando a vida dos incautos. 

      E, na dúvida, enquanto as trombetas celestiais não tocam para cada um de nós, exploremos, dentro de nossas tantas limitações, este infinito misterioso acima de nossas cabeças: Seja através da simples contemplação, das observações astronômicas, soltando pipas, controlando drones, voando em balões  ou aviões, busquemos um pouquinho do céu!

        Obrigado Ícaro, Galileu, Dumont, Gagarin, Armstrong, Esquadrilha da Fumaça: Vocês nos provavam que é possível alcançar um pouquinho do céu em vida. Quanto ao céu mais abstrato, o reino celestial da vida eterna, só depende de cada um de nós para alcançá-lo. Na dúvida, estou curtindo muito a tecnologia dos drones. Sei lá, vai que eu não passo no processo seletivo...


* O Eldoradense

30 de mar. de 2025

Facebike pós expediente: 35 km

  E hoje foi dia de encarar o 1º MTB Bike pro de Presidente Venceslau. 35 km pós expediente com percurso favorável devido à chuva recente e temperatura agradável pela manhã. Confira as imagens:


* O Eldoradense


28 de mar. de 2025

Crônica: "A corneta"

   



Ontem, de manhã, a primeira coisa que visualizei na internet foi uma vídeo enviado por um amigo através do aplicativo de mensagens do Facebook: Nele, o Messias cedia uma entrevista à vários repórteres, e, durante sua fala, eis que um trompetista começa a soprar a "marcha fúnebre". 

    Justiça seja feita, O Messias pareceu lidar muito bem com o fato. Deu um sorriso -amarelo, é bem verdade- mas mostrou-se emocionalmente estável mediante ao som que mesclava o funesto com o sarcástico. 

    É fato que trompete não é corneta. Certa vez, eu disse que adorava o músico Ray Connif. Um amigo - de longa data, até os dias atuais - "cornetou" meu gosto músical dizendo a seguinte pérola: "Ah, aquele corneteiro!?" Ri muito da sua cornetada! Porém, como são instrumentos que possuem alguma semelhança, incluo-os no mesmo pacote de metáforas para fazer a analogia à crítica, ao sarcasmo, à zombaria. E se tem uma coisa que boa parte dos escritores -amadores ou profissionais - faz, é exercer o ato de cornetar: Seja de forma sutil, explícita, ou até mesmo, ofensiva.

       Corneto, logo sou cornetado. É causa e consequência. Nas minhas páginas e redes sociais, exerço meu direito à cornetada e tolero as réplicas em tom também corneteiro. Na maioria das vezes, ignoro, e, em alguns poucos casos, respondo, porém, sem espaço para ofensa. Em uma única vez, bloqueei alguém que se excedeu escrevendo palavra de baixo calão em ofensa mais que explícita. Não me arrependo, diga-se de passagem. Aliás, o que tem de cristão conservador adotando vocabulário de fazer inveja à Dercy Gonçalves, não está no gibi. A impressão é que o cara lê uma página da Bíblia, outra do Bocage. 

        Há aqueles, talvez seres superiores, que faziam da corneta um grande motivacional, melhorando a performance. Muitos dizem que assim era Pelé, quando a torcida adversária resolvia cornetá-lo das arquibancadas. Eu não chego a tanto, mas ignorar as cornetadas e saber lidar com elas, já é um estágio mais avançado que a desestabilização emocional e o revide irracional, deselegante.

        Cornetemos-nos! Zombemos, sejamos sarcásticos, façamos críticas, sejamos criticados. Que a corneta da democracia prevaleça ante à corneta dos regimes de exceção atrelados aos quartéis. Ah, pra finalizar, reitero o apreço pela reação do Messias diante da provocação sonora do trompetista. Este foi um dos pouquíssimos elogios que eu fiz ao ex-presidente. O resto foi cornetada...

* O Eldoradense

27 de mar. de 2025

Voos em Santo Anastácio: FPV e tradicional!

   E ontem foi dia de buscar "novos ares". Literalmente! Em Santo Anastácio, fiz dois voos: O primeiro, em modo FPV, na praça Ataliba Leonel, em Santo Anastácio. O segundo, em modo tradicional, sobrevoando a região central daquela cidade. No primeiro voo, foi utilizado o drone DJI Neo, e no segundo, o Mini 3 pro. Confira. Qual estilo de captação de imagens aéreas agrada mais?


* O Eldoradense

26 de mar. de 2025

Comentário: "A casa começou a cair"

  



 É, amigo leitor, demorou, mas a casa golpista está começando a cair. Demorei para escrever sobre, porque preferi acumular desdobramentos acerca dos personagens tramantes e participantes do golpe e, realmente, a água começou a bater no pescoço: Começou o salve-se quem puder e o quem pode mais, chora menos.

    Comecemos pelos peões do tabuleiro golpista: A cabeleireira Débora, que pichou a estátua da justiça com batom, já detida por quase dois anos e supostamente prestes a ser condenada por quatorze. Argumentos solidários auriverdes apelam para os filhos, como se isso fosse atenuante de pena ou motivação para absolvição. Não é! Débora não está sendo julgada pelo ato em si, mas pelo contexto que o envolve: Foi flagrada a serviço da tentativa de golpe e em seu êxtase patriótico. Deu no que deu. Soldado, peoa, tal qual fogueteira do tráfico, só um milagre jurídico para que escape.

       Eduardo Bolsonaro, aquele que em uma entrevista, disse que para tomar o STF bastavam um cabo e dois soldados, licenciou-se do mandato de deputado federal e está nos Estados Unidos, fazendo stories na internet, buscando comoção ianque para apoiar a direita extremista tupiniquim, e quiçá, um asilo político. Se voltasse a trabalhar como chapeiro de hambúrgueres numa rede de fast food, certamente seria muito mais digno, honroso e honesto. 

    Passamos pela Zambeli, que praticamente está condenada por porte ilegal de armas e constrangimento ilegal por uso da mesma. A presepada ocorreu às vésperas das eleições presidenciais, quando saiu correndo atrás de um eleitor usando seu trabuco, num desequilíbrio de fazer inveja a um bêbado com labirintite. Patético, sendo que o "Messias", em entrevista recente num podcast, atribuiu sua derrota à insanidade da deputada.

     E o Heleno? A linha de defesa do seu advogado está utilizando-se da tática de praticamente admitir a tentativa de golpe, mas também de negar a participação milico-geriátrica do seu cliente. O sucesso quanto à absolvição é bastante improvável, diga-se de passagem.

      E o mito, o "Messias", todo-poderoso, criador do escarcéu e da quase guerra, como tem agido? Resta sentar no banquinho dos réus e bradar aos quatro ventos a narrativa da injustiça, na tentativa quase vã de escapar da condenação. Confesso que fico comovido. Só que não! Disse e repito: Vencesse as eleições no voto, de forma democrática, seríamos obrigados a aturá-lo, pois assim é o jogo. Sendo derrotado, admitisse o insucesso, passasse a faixa e fizesse oposição, como manda o figurino. Optou por liderar uma trama golpista de republiqueta, então, que pague pelos seus erros, sendo respeitados os ritos e o princípio do contratidório. Mas é como dizia a dupla de filósofos contemporâneos Teodoro & Sampaio: E se a casa cair? Deixa que caia...


* O Eldoradense

      

18 de mar. de 2025

Apresentando os voos em modo FPV...

     Os voos em FPV são uma modalidade diferente no mundo dos drones. A sigla quer dizer "First person view", que significa, em português, "Visão em primeira pessoa". Diferente dos voos mais estabilizados e cinematográficos, o modo FPV é mais dinâmico, com o horizonte ao fundo "destravado", proporcionando a perspectiva de um piloto de avião fazendo manobras. Permite-se voar em em alturas mais baixas e rente aos obstáculos, pois o piloto usa óculos que tornam a experiência imersiva e emocionante, utilizando-se de um controle que se assemelha a um joystick de vídeo game ou um manche de aeronave. 

    Abaixo, dois voos em locais diferentes, com perspectivas também distintas: O primeiro, realizado na Praça do bosque, com narração e gravação de tela dos óculos, incluindo telemetria. O segundo, na praça Nicolino Rondó, com a imagem captada pela câmera do drone. Equipamento utilizado: Drone DJI Neo. A tecnologia chinesa está cada vez mais impressionante!


* O Eldoradense

4 de mar. de 2025

Comentário: "Coisa de cinema"

     


 A semana começou de uma forma histórica para o cinema brasileiro: O filme "Ainda estou aqui" teve três indicações ao Oscar, e venceu com justiça uma delas, a de "melhor filme estrangeiro". Se o fato acontecesse há duas, três décadas, talvez houvesse uma unidade maior em torno da comemoração deste importante feito para o cinema nacional, um reconhecimento uníssono, mas infelizmente, não foi o que aconteceu: A "bendita" polarização política que tem feito parte do cotidiano do país nos anos recentes, fez com que houvesse uma nova divisão de opiniões a respeito do fato: Parte do país comemorou de forma mais efusiva, outra, desdenhou e até chegou a torcer contra.

   Coisa insana, impensável, quase que inadmissível. A polarização não se limitou apenas ao jogo político, adentrou em qualquer tema alheio ao cenário do poder: Passou pelas vacinas, chegou até - pasmem" - à saúde do Papa Francisco e desembarca recentemente em Hollyood. 

     Mas voltando à sétima arte, que é o que realmente importa no texto - e no contexto - a conquista da semana culminou em um processo que se iniciou há algum tempo, tendo seu ápice talvez na década de 90, com três indicações: "O quatrilho", 1996, "O que é isso companheiro?" em 1998 e "Central do Brasil", em 1999.

    Sempre achei incoerente um país ter tanta tradição na produção de excelentes telenovelas e não ter um desempenho à altura no ambiente cinematográfico, ainda que eu seja um grande entusiasta das produções nacionais exatamente porque nelas estão a nossa cultura, nossa realidade, enfim, o nosso jeito genuíno de fazer dramaturgia. Sempre achei estranho que,  a depender do interesse do nosso público em relação à sétima arte, o brasileiro soubesse mais sobre A Guerra da Secessão ou do Vietnã, mas ignorasse Guerra de Canudos, Farroupilha ou até mesmo contestasse a existência de um período chamado "Ditadura militar".

   O cinema não é apenas entretenimento, mas também ferramenta de aquisição de conhecimento e cultura. E tal qual, a evolução da sétima arte em qualquer nação que almeje prosperidade socioeconômica e também cultural, é de suma importância. 

     Há aqueles sujeitos toscos que argumentam que o que importa é saúde, educação e comida na mesa, e que o resto talvez seja supérfluo. Porém, estes ignoram - ou fingem ignorar - que para que direitos básicos sejam alcançados, é preciso que determinado povo seja culto e tenha livre acesso à cultura, informação e conhecimento, sendo o cinema uma destas ferramentas de ruptura à alienação e ignorância. Afinal, "a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte!"

     Parabéns ao cinema brasileiro e que venham novas conquistas. Bons atores, produtores e criatividade, nós temos. O que falta provavelmente é incentivo e principalmente, investimento. Que a distância entre Gramado e Hollyood seja cada vez mais curta. A vitória de "Ainda estou aqui" na categoria melhor filme estrangeiro, foi tão linda quanto histórica e inesquecível: "Coisa de cinema!"

* O Eldoradense

        

3 de mar. de 2025

Comentário: "A Ucrânia do futuro e a Alemanha do pós Segunda guerra"

    


Quando acabou a segunda Guerra Mundial, o Mundo se viu dividido em dois grandes blocos geopolíticos: O primeiro, formado por países com economia liberal, liderado pelos Estados Unidos, e o segundo, por países de economia planificada, socialista, liderado pela antiga União Soviética.

      Não é preciso dizer que o socialismo não vingou, que o tal comunismo ruiu, e por consequência, a União Soviética nem existe mais. A chamada "Guerra Fria" perdeu força, o mundo se tornou globalizado economicamente, e, aquele que era o maior símbolo físico daquele período, desmoronou no longínquo ano de 1989: O muro de Berlin, que dividia a Alemanha em duas partes - A primeira, Ocidental e próspera, aliada aos americanos, e a segunda, Oriental e bem menos desenvolvida, aliada dos soviéticos.

      Hoje, a Ucrânia tenta se alinhar ao mundo Ocidental, querendo ingressar na Zona do Euro e flertando com a Otan, o que gerou a ira de Putin, o autocrata russo que, há quase meia década, declarou guerra ao país vizinho, antigo aliado e ex-República Soviética. 

           A Ucrânia é um país maior que o Estado de Minas Gerais, o segundo maior em extensão territorial da Europa, e tal qual o Estado Brasileiro Inconfidente, possui riquezas minerais abundantes, dignas da cobiça das grandes potências mundiais.

     É fato que hoje, as relações entre Washington e Moscou são bem mais amistosas que no século passado: Trump e Putin parecem ter relações bem estreitas, e isso ficou evidente na sua conversa constrangedora entre o presidente norte americano e o ucraniano, no salão oval da Casa Branca.

      Trump disse que Zelensky deveria ceder para "alcançar a paz", e ceder, neste caso, seria abrir mão de uma das fatias mais prósperas do solo ucraniano para os russos. Disse que poderia continuar ajudando os ucranianos, porém, de forma menos enfática, ao passo que, em contrapartida à suposta e tímida ajuda, sugeriu um "acordo de exploração mineral", não assinado após a discussão acalorada entre ambos.

      Enfim, ficou a impressão de que o minério ucraniano poderá ser dividido entre russos e americanos, tal o território alemão do pós Segunda Guerra. Desta vez, não haveria muro, a barreira não seria física, mas virtual, fruto de uma "amizade providencial" entre Trump e Putin. A Europa Ocidental promete ajuda enfática à Ucrânia, mas, sem o apoio norte-americano, Zelensky está quase órfão em sua jornada bélica contra Putin.

      A Ucrânia do futuro, caso não haja mudança nos rumos da atual guerra, poderá se assemelhar, de alguma forma, com a Alemanha da segunda metade do século passado: Parte dominada economicamente pelos norte americanos, e outra, dominada por russos. Não há necessidade de muro, pois Trump respeita o amigo. O muro, obviamente, é melhor que seja  construído na fronteira com o México, pois é bem mais fácil e conveniente rugir contra mexicanos do que contra os russos...


* O Eldoradense

Resenha literária: "Memórias do coração"

  E a resenha literária de hoje traz o livro "Memórias do coração"   , editado e organizado por Nicolly Bueno, escrito pelos aluno...