4 de ago. de 2025

Registros em vídeo da viagem Curitiba/Morretes.

    Depois de nove anos, regressei a Morretes, mas desta vez, fiquei hospedado em Curitiba para "descer a serra" no trem turístico que liga a capital paranaense à região litorânea do estado. Eis os registros cinematográficos deste passeio ferroviário tradicional do turismo nacional. O primeiro concentra imagens aéreas da cidade de Morretes, e o segundo, imagens da viagem de trem. Confiram!




* O Eldoradense

28 de jul. de 2025

Crônica: "A febre do Morango do amor"

  



  Eis que um assunto recente e banal tornou-se tão ou mais propagado  que as tarifas do Trump ou a tornozeleira do Bolsonaro: Refiro-me ao tal "Morango do amor" iguaria que atualmente é febre nas confeitarias e cozinhas afora. Tenho lá minhas razões para não acreditar que o tal doce veio para ficar, sendo mais um meme destes efêmeros, voláteis, que somem na mesma velocidade que surgem. Taí! A novidade frutífero adocidada deveria chamar-se "Morango da paixão",  já que terá a durabilidade de um amor de verão ou de uma paixonite voraz,  repentina.

      Certamente a tal onda tem muito a ver com a cor vermelha e intensa da fruta, potencializada pelo brilho sedutor da calda adocicada. E aí, os olhos curiosos emitem estímulos para o cérebro, que, por sua vez, se comunica com as papilas gustativas salivantes, tornando um pequeno doce algo viral, febril, desejável.

           Minha percepção prévia de que o "Morango do amor" será algo passageiro baseia-se em  duas experiências pessoais do passado: A primeira aconteceu na infância, quando vi em alguma propaganda televisiva, alguém saboreando um morango. Fiquei com muita vontade de experimentar a fruta, que, na década de 80, era rara de se encontrar. E sabe como é: Criança com vontade de comer algo pode ficar febril, portanto, não é bom arriscar. Dei um trabalho danado para o meu pai, que, não sei onde, nem como, acabou encontrando um morango. Na primeira mordida, a decepção com o azedume da fruta. Porém, envergonhado pelo transtorno, fingi que o tal morango estava delicioso. 

      A segunda experiência que me faz sugerir que o "Morango do amor" é algo passageiro, não é pautada no paladar, nas sim, na audição. Nos anos 2000, uma música chamada "Morango do Nordeste" tornou-se hit nas rádios brasileiras, sendo interpretada por quase todo mundo, nos mais variados gêneros. Tinha "Morango do Nordeste" em pagode, sertanejo, forró. Não me surpreenderia se fosse cantada também pelo Pavarotti ou pelo Sepultura. Enfim, coisa de impregnar os tímpanos. Lembro-me de uma viagem que fiz com meu irmão para Aparecida: Tocou "Morango do nordeste" no ônibus, no hotel, no restaurante, no comércio ambulante da cidade. Pensei comigo: Só falta tocarem isso na Basílica, durante a missa! Felizmente, a tal heresia imaginária não aconteceu. "Morango do Nordeste" marcou uma época, mas não tornou-se atemporal, está anos luz de ser comparada a qualquer clássico dos Beatles, do Roberto ou do Raul. 

      Desacredito que o tal "Morango do amor" veio para ficar, como tantos outros doces famosos na culinária brasileira. Não terá a longevidade das cocadas, dos doces de leite ou abóbora, quiçá das  paçocas. Arrisco dizer que não vai superar nem mesmo sua precursora, a "Maçã do amor", esta sim, robusta, capaz de saciar tanto a fome quanto a curiosidade. Não veremos Morangos do amor nem na Feira de Mangaio, muito menos, no tabuleiro da baiana.  

        Aliás, seja sincero: Você consegue imaginar a Eva oferecendo um morango para Adão, numa versão repaginada de Gênesis? A fruta é tão pequena que, se assim fosse, Deus nem consideraria pecado, nem expulsaria o casal do Jardim do Éden, e portanto, não existiria a humanidade para transformar o mimo em meme. Seria um gesto efêmero, repentino, similar ao "Vai ser bom, não foi?",  se é que me entendem... 


* O Eldoradense

27 de jul. de 2025

Dois voos FPV em Presidente Epitácio...

    E ontem foi dia de curtir o sábado em Presidente Epitácio: Dois voos em FPV, sendo um no Figueiral e outro na Orla, com direito à caminhada para finalizar. Voa comigo!

* O Eldoradense

26 de jul. de 2025

Comentário: "Economia chinesa - PIB e IDH"

    



   Anteontem fiz um texto com o objetivo de desmistificar a falácia de uma possível instalação do comunismo no Brasil. Publiquei o escrito no site "Recanto das letras", neste blog, bem como na minha página da rede social. A repercussão foi bastante positiva, tendo unanimidade em relação ao Brasil capitalista e divergências quanto ao regime econômico da China.

         Nas redes sociais, a divergência envolveu o fato de que o Estado chinês ainda intervém efetivamente na economia, e que por isso, o país não poderia ser classificado plenamente como "capitalista". De fato, há diferentes interpretações entre os economistas sobre o assunto, que vão desde o "socialismo de mercado" ao capitalismo propriamente dito. Sob a ótica econômica, ninguém classificou o país como "comunista". Há os que defendem que a economia chinesa adotou um modelo híbrido, inovador, diferente de tudo o que já se viu hoje.

      Houve uma discordância no whatsapp, onde foram citadas as censuras e a liberdade limitada dos chineses, e que, por isso, o país seria sim, comunista. Reitero: A análise, como dito em um parágrafo do texto, levou em consideração o prisma econômico, não o político. E aí, a discussão envolve ditadura x democracia, e em nenhum momento foi citado que há democracia na China. Portanto, é uma ditadura capitalista.

        Lembremos que nós também vivenciamos em um passado não muito distante uma ditadura, e ainda assim, vigorou o capitalismo no Brasil bipartidarista, censor, torturador e sem eleições diretas para presidente. Portanto, uma coisa é o regime político, outra, o sistema econômico.

           Dito isso, e acrescentadas as informações nos mais diversos comentários, eu reitero que a China, ao meu ver, é um país capitalista tanto quanto o Brasil, e abaixo, listo os motivos pelos quais assim considero:

       1) Apesar da intervenção estatal, a economia chinesa encontra-se amplamente aberta, com importações e exportações para praticamente todo o mundo;

    2) Considero o capitalismo chinês tão selvagem quanto o do Brasil levando em conta principalmente fatores como a exploração da mão de obra assalariada e os desafios que o país enfrenta em relação à questão ambiental;

  3) A outra semelhança com o capitalismo brasileiro está na discrepância entre as posições chinesas nos rankings do PIB e do IDH, dois importantes indicadores da riqueza e prosperidade de um país. No primeiro ranking, o país encontra-se na segunda posição, enquanto que no outro ranking aparece em septuagésimo oitavo lugar, revelando que em relação à qualidade de vida dos chineses, ainda há muito o que melhorar. Justiça seja feita, esta é uma característica bem típica dos países emergentes, cujo bolo cresce, mas fatiado em tamanho bastante desiguais.

      As projeções, portanto, indicam que em um futuro próximo, com relação ao PIB, os chineses têm grandes chances de alcançarem os norte-americanos, líderes de longa data, até então. Porém, em relação ao IDH, a China está atrás de nações sul-americanas como Chile, Argentina e Uruguai, por exemplo. 

        Talvez as melhoras no IDH pudessem acontecer mediante um processo de abertura política e implementação do regime democrático, o que, sinceramente, duvido que aconteça a curto e médio prazos.

     Finalizando, agradeço as participações no último texto, cujos comentários vieram a acrescentar e fomentar o debate pautado em informações, ocorrendo de forma sadia e respeitosa. Democracia é isso!


* O Eldoradense


24 de jul. de 2025

Comentário: "Estamos em um país comunista?"

   


       Em tempos de polarização política, não é raro o indivíduo ouvir que estamos em um país comunista, ou que, numa hipótese mais branda, estamos caminhando para tal. Ouve-se o termo à torto e à direito nas redes sociais, nas rodas de amigos, nos templos religiosos, nas mesas de lanchonetes, na rua, na chuva, na fazenda, ou até mesmo, numa casinha de sapé. 

     Tenho duas teorias: Algumas pessoas propagam a máxima sem conhecimento de causa, e outras, até conhecem vagamente o conceito, mas propagam propositalmente a mentira para que os desinformados temam fervorosamente um monstro desconhecido que nunca colocou e nem colocará os pés em solo brasileiro.

    Cientificamente falando, e de forma bem resumida em relação ao tema,  recorrendo ao filósofo e economista alemão Kal Marx, o comunismo é um estágio avançado do socialismo, onde os trabalhadores se apoderariam dos meios e modos de produção, igualando as classes sociais, ocorrendo a ausência da propriedade privada, e principalmente, do Estado. Lembremos que Marx elaborou esta corrente de modelo socioeconômico em um contexto pós Revolução Industrial, onde operários famintos vendiam sua força de trabalho em jornadas desumanas que chegavam a dezesseis horas de trabalho em ambientes insalubres, incluindo, nesta jornada marcada por altíssima exploração, mulheres e crianças. Não é preciso dizer que na atual conjuntura, o comunismo é Utópico, inviável e ineficaz.

     O tempo, de fato, provou que o comunismo não funcionou, e talvez os principais marcos de sua ineficácia e derrocada sejam a extinção da União Soviética e a queda do muro de Berlim, na Alemanha do próprio Marx.

       Historicamente falando, nunca chegamos nem perto do comunismo: Desde que este país foi colonizado e dividido em capitanias hereditárias até as ameaças tarifárias de Trump, fomos - e somos - um país capitalista selvagem, desigual, disforme, da periferia do capitalismo mundial, mas sob o ponto de vista técnico das ciências humanas e socioeconômicas, capitalista.

        Importamos, exportamos, a propriedade privada sempre existiu, elegemos nossos políticos através do voto direto e temos um Estado constituído. Se alguém alegar que "somos comunistas" devido à alta carga tributária, está errado, porque este não é o parâmetro para a denominação. Há países capitalistas de primeiro mundo com altíssimas cargas tributárias que proporcionam qualidade de vida invejável aos seus cidadãos: A Suécia e os países nórdicos da Europa, são exemplos. Infelizmente, é bem verdade não é o nosso caso: Pagamos impostos altíssimos e temos parcos retornos, mas aí, é outra história.

      Se alegarem que somos comunistas porque políticos de esquerda venceram boa parte das últimas eleições no país, está aí um outro equívoco: O conceito "esquerda" nasceu na França - um país marcado pelo perfil capitalista - pós Revolução, mais precisamente, no legislativo daquela nação , oriundo do grupo chamado de "Jacobinos". Além disso, se somarmos na nossa história todos os presidentes do Brasil, desde a República Velha, passando pelo Estado Novo, ditadura militar e tempos atuais, veremos que a maioria absoluta é composta por políticos de direita, similares aos "Girondinos" da França pós queda da Bastilha.

     É fato que hoje, nem a China, regida pelo Partido Comunista, do ponto de vista econômico, é comunista. O capitalismo chinês é tão selvagem quanto o nosso, porém, pautado na exportação de tecnologia e importação de commodities, num perfil comercial e produtivo inverso ao brasileiro, fruto de pesados investimentos no setor educacional. 

    Fomos capitalistas, somos capitalistas e seremos capitalistas. Penso que a grande questão é evoluir dentro desta realidade, promovendo inclusão no processo produtivo, no aumento da massa consumidora, diminuindo desigualdades e trazendo mais dignidade para uma parcela maior da produção. É lógico que para muitos capitalistas selvagens e exclusivistas, isso não é interessante. Para estes, é importante propagar a iminência do monstro comunista para manter-se no seletíssimo grupo das minorias privilegiadas, explorando ao máximo mão de obra assalariada precariamente remunerada. 

      Para a reversão efetiva desta atual e perversa realidade, seriam necessários pesados investimentos em educação, ciência e tecnologia, além, é claro, da diminuição ou extinção da maléfica corrupção, este sim, um monstro ambidestro no espectro político que nos consome desde o Brasil colônia. 

     Enfim, o ineficaz comunismo aqui passou longe, e o nosso capitalismo é capenga, primário, altamente desigual. Para os que lucram excessivamente com o atual contexto, é interessante propagar o medo do bicho papão e manter a população desinformada, confundida e alienada. E é na falta de instrução e consciência de classe dos oprimidos que os opressores deste país apostam, e há de se reconhecer que estão tendo êxito há mais de quinhentos anos...


* O Eldoradense   

         

23 de jul. de 2025

Vídeos curiosos: DJI Avata 2 no Parque do Povo, em Presidente Prudente...

   E ontem foi dia de realizar um voo em FPV com o DJI Avata 2, no Parque do Povo, em Presidente Prudente. Fim de tarde e imagens de tirar o fôlego na maior cidade de nossa região. Confira!



* O Eldoradense

20 de jul. de 2025

Poesias do Eldoradense: "Memórias de um tornozelo"

 



Memórias de um tornozelo


Sei que achas estranho,

 Tornozelo ter memória;

Porém, não me acanho...

Contarei minha história!

 

Sou tornozelo direito,

Bastante conservador;

Com aperto, me ajeito...

Em meio a tanta dor...

 

Sinto-me apertado,

Numa espécie de coleira,

Ô troço sofisticado,

Esta tal tornozeleira!

 

Por onde ando,

Estou sendo monitorado;

Com ela me sufocando...

O que fiz de errado?

 

Dizem que meu mito,

Almejou golpe de Estado;

Sofro, aflito,

Estou injuriado!


Ele age por impulsos,

Desafia forças supremas;

 Avisei aos pulsos...

Virão as algemas!


Já tem prisão de ventre,

Fala pelos cotovelos;

É justo que eu entre...

Na prisão dos tornozelos?


Não admito,

Que algo me tampe;

Desesperado, grito...

Salve-me, tio Trump!


* O Eldoradense






























 

Registros em vídeo da viagem Curitiba/Morretes.

      Depois de nove anos, regressei a Morretes, mas desta vez, fiquei hospedado em Curitiba para "descer a serra" no trem turísti...