18 de dez. de 2024

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"


 

    Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma intenção real de conter gastos, o terceiro mandato de Lula vê sua popularidade derreter em meio ao cenário de dólar alto - recorde cambial - e inflação acima do teto. Não adianta delegar ou terceirizar culpas exclusivas ao presidente do Banco Central, às especulações do mercado financeiro, ou mesmo ao Poder Legislativo, ávido por emendas parlamentares. É preciso dar uma resposta efetiva e contundente, sinalizando ao menos a intenção de exercer maior responsabilidade fiscal em um futuro próximo e isso não está acontecendo. Ainda que a primeira parte de um pacote paliativo tenha sido aprovado ontem no Congresso, ao que tudo indica, o mesmo será desidratado ou enfraquecido.

     Mas Lula tem grande parcela de culpa neste cenário, pois suas declarações parecem minimizar a relevância do equilíbrio fiscal no desempenho da economia, gerando desconfiança no mercado financeiro, bem como oferecendo fartas munições à oposição, que neste ponto específico, tem razão nas suas críticas, principalmente com relação  à gestão das estatais. 

    Diga-se de passagem, é verdade que estatais não têm obrigação de operar constantemente em superávit, mas é muito preocupante que operem em déficits altíssimos e consecutivos. 

      A gestão estatal deve ser balizada sim pela saúde das contas públicas, caso contrário, as conquistas momentâneas do atual governo - crescimento do PIB e queda do desemprego - em curto prazo podem ser revertidas. Soma-se isso à percepção clara de inflação latente, sentida principalmente pelos mais pobres e miseráveis.

     É fato que mesmo que projetada para o último ano de mandato, a isenção do imposto de renda para os que ganham menos de cinco mil será uma provável conquista, se for realmente concretizada. Mas com um cenário de inflação acima do teto, o que significarão estes cinco mil reais daqui um ano, um ano e meio? Quantos serão, de fato atingidos pela medida, com o derretimento da moeda e alta dos preços? Qual será a efetiva relevância da isenção?

      A impressão clara é de que o ministro Fernando Haddad tem consciência desta necessidade, mas se vê pressionado por uma ala do Partido dos Trabalhadores e até mesmo pelo Presidente Lula a não adotar uma conduta mais responsável. Creio que o vice presidente Geraldo Alckmin também poderia contribuir - e muito - para sugerir uma mudança de rumos na economia, mas o governo federal optou por mantê-lo praticamente invisível, figurativo, desprezando seu potencial e até mesmo sua proximidade e credibilidade junto ao mercado financeiro. 

    Gestão responsável e saúde financeira das contas públicas são de grande relevância, exatamente para atrair investimentos do capital privado e garantir políticas sociais governamentais futuras. É preciso gastar com qualidade, e não com quantidade, pois, para tapar rombos, há apenas dois caminhos: Contenção de gastos ou geração de novas receitas tributárias. A primeira pode doer em um primeiro momento, mas trará alívio a médio prazo. Já a segunda, só serve para aumentar insatisfações e instabilidades econômicas. Minimizar ou desprezar a importância e relevância da saúde fiscal é também negacionismo, diga-se de passagem...


* O Eldoradense

   


24 de nov. de 2024

Vídeos curiosos: "Rota das capivaras", em Presidente Venceslau - SP

 O ciclista que gosta de contemplar a natureza poderá fazer a "Rota das capivaras" em Presidente Venceslau, a poucos quilômetros do Recinto de exposições da FAIVE. Acontece geralmente no final da tarde, quando vários animais desta espécie fazem a travessia do pasto para a banhado. Simplesmente lindo! 

* Filmado com drone DJI Neo, na função automática de seguir o desportista...


* O Eldoradense

14 de nov. de 2024

Comentário: "O tio França foi uma vítima"

 



  Ontem à noite, em Brasília, aconteceu o que penso ser o ápice do delírio Bolsonarista: Um homem trouxe explosivos em seu próprio corpo, e no intuito de talvez se tornar um mártir patriota às vésperas do feriado da Proclamação da República, explodiu-se, tal qual homem bomba do Oriente Médio.

    Deixo claro aqui que lamento profundamente o fato. Mas venho dizendo há tempos que existe uma seita fundamentalista de natureza político-religiosa que precisa ser combatida aos rigores da lei, respeitando, é claro, o princípio do contraditório, mas que não pode ser subestimada ou negligenciada. 

    Se traçarmos uma régua cronológica bem resumida, enumeramos os passos desta escalada rumo ao caos em alguns episódios pré e pós eleitorais, que alternaram elementos dignos de revolta, sarcásmo, e agora, sinceramente, piedade.

      Cito, primeiramente, Carla Zambelli e a loucura de sair correndo armada atrás de um cidadão que a provocou. Posteriormente, o acesso de fúria de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal. Pessoas públicas que utilizaram-se de violência explícita para sei lá qual objetivo. Veio o pleito e a vitória legítima de Lula nas urnas, contestada por uma minoria barulhenta, e claro, expressiva. Fecharam rodovias, prometeram o caos, impediram o direito de ir e vir das pessoas, queriam fechar o país por conta de um resultado eleitoral, quando, num passado pandêmico não muito distante, defendiam a economia a qualquer custo. Não surtiu efeito desejado. Passado algum tempo e não satisfeitos, depredaram os prédios públicos da Capital Federal, com objetivos ainda a serem esclarecidos pelos processos investigativos, enquanto o "mártir" estava curtindo a ressaca da própria derrota em solo norte-americano. 

     Em manifestações mais cômicas do que trágicas, pediram intervenção militar, e não atendidos, passaram a desrespeitar as Forças Armadas, outrora ídolos, agora, "melancias". Telefonaram para alienígenas, cantaram hino nacional para pneus, abraçaram a boleia do caminhão em rituais surreais de tão ridículos. 

      Enfim, existem os loucos e os incentivadores da loucura. Pais de família foram presos no 8 de janeiro, e infelizmente, mediante condutas bárbaras e levianas, deveriam ir mesmo para a cadeia. Estão pagando o pato, foram manipulados, lamento pelo desfecho, mas justiça é justiça. Cabe agora lutar juridicamente por diminuição das penas ou anistia. Sinceramente, acredito no êxito da primeira possibilidade, da segunda, duvido muito!

    Em âmbito local, há quem tivesse organizado boicote econômico aos que pensavam diferente, num gesto covarde, tirano e semifascista. Desfizeram amizades, romperam laços familiares, misturaram diferenças políticas com pessoais. Tudo em nome desta seita com sincretismo político-religioso pra lá de questionável.

          Ocorreram, neste decorrer de tempo, assassinatos pela mesma motivação. O ápice, que até ontem eu duvidaria que acontecesse, seria o suicídio psicótico de alguém em claro desequilíbrio emocional, cuja vida parecia ser movida exclusivamente pelo fanatismo político.

            Pois é, infelizmente, aconteceu! Tal qual terrorista do Oriente Médio, um senhor, que provavelmente deveria ter problemas em suas faculdades mentais, atentou contra a própria vida, influenciado por discursos negacionistas, inflamados e violentos. Deve ter feito chorar - creio eu - seus familiares. Está sendo alvo de chacota, o que também penso ser de uma insensibilidade tamanha, pois, enfim, morreu um ser humano.

          Tio França, segundo sua ex-exposa, falava em assassinar Alexandre de Moraes. Mandou mensagens para si mesmo anunciando seus planos, e diziam que em sua perturbação mental, trazia consigo o alter ego do vilão "Coringa". É muita loucura, é impensável, digno de pena. 

        Fica o apelo para que esta polarização não ganhe contornos ainda mais insanos, que voltemos a uma racionalidade mínima, de ambos os lados. O que falta acontecer, uma guerra civil? É fato que mediante o trágico e macabro acontecimento de ontem, a possibilidade de anistia fica cada vez mais distante...


* O Eldoradense

Resenha literária: "As mentiras que os homens contam", de Luis Fernando Veríssimo

   E a resenha literária de hoje é sobre o livro "As mentiras que os homens contam", de Luis Fernando Veríssimo. Confiram!



* O Eldoradense

8 de nov. de 2024

Voa comigo: Ponte Mário Covas

  No fim do mês passado, o "Voa comigo" fez mais um sobrevoo no Rio Paraná, desta vez, na ponte Mário Covas, na divisa entre SP/MS, entre Paulicéia e Brasilândia... Confira!



* O Eldoradense

7 de nov. de 2024

Vídeos curiosos: Mais um teste com o DJI Neo no Facebike

      Curtindo muito o novo drone DJI Neo, ideal para quem quer fazer filmagens em modo rastreio para as práticas esportivas. E hoje foi dia de fazer mais uma experiência para o Facebike...

* O Eldoradense

Comentário: "Sobre a vitória de Trump"

 



    Trump está de volta à Casa Branca e sua vitória foi inquestionável, levando-se em consideração não só apenas o número de votos, mas também, o número de delegados eleitos por cada estado e o êxito republicano nas casas legislativas (Câmara e senado). A pauta conservadora, bem como o discurso anti-imigração e as políticas econômicas que deram o tom de sua campanha parecem ter ido ao encontro aos anseios da população norte-americana, que confiaram o segundo mandato ao republicano, o que é democrático e legítimo, diga-se de passagem.

  As expectativas econômicas gerais giram em torno da volatilidade das moedas estrangeiras ante o dólar, já que políticas protecionistas via de regra estão na contra mão do mercado globalizado. Quando à geopolítica internacional, temos duas guerras impactantes em curso, e os ucranianos sinalizaram desânimo, pois Trump é próximo a Putin e já havia adiantando que diminuiria o apoio norte americiano aos adversários dos russos, caso saísse vitorioso do pleito. Sobre o segundo conflito, ainda que a comunidade árabe dos Estados Unidos estivesse insatisfeita com Biden, creio que em relação ao confronto árabe-israelense, a situação mude: Imagino que haverá apoio norte-americano mais contundente à nação judaica comandada por Netanyahu. E ainda analisando o contexto global, a pauta ambiental enfrentará um retrocesso, já que Trump nunca adotou um discurso que explicitasse simpatia à causa.

     E quanto ao Brasil? Há uma expecativa política de pressão norte-americada sobre o judiciário nacional para que futuramente sejam revistas sentenças proferidas em desfavor a um determinado grupo político: não creio que aconteça, e caso ocorra, a revisão será independente de influência ianque. A influência norte-americana, ao meu ver, se dará mais no campo econômico que político, e isso será relatado no parágrafo abaixo.

       Imagino que se de fato Trump adotar uma linha econômica protecionista, a nossa moeda tende a se desvalorizar diante do dólar, fato. O Google ontem anunciou o dólar numa cotação maior que R$ 6,00, todavia, a informação estava equivocada, e foi posteriormente corrigida pelo navegador. Porém, creio que a volatilidade do real depende mais da redução de gastos do governo Lula e da necessidade de um ajuste fiscal do que necessariamente de Donald Trump. Tanto é que a cotação do dólar fechou em baixa ontem, a R$ 5,67, diante da possibilidade de recuo na postura do governo federal em negar o referido ajuste. É importante que o atual governo se atente a isso, caso contrário, a desvalorização da moeda possa vir a bater os impressionantes R$ 5,90 do governo anterior, esquecidos pelos fiscais patriotas do câmbio. E só para constar, a cotação a R$ 5,67 já está bem desfavorável, as conveniências políticas não me fazem negar fatos concretos.

     Quanto às relações bilaterais de comércio, há a possibilidade de serem afetadas ante ao protecionismo anunciado de Trump, mas creio que, na prática, a redução será mínima. Independente de diferenças políticas do campo ideológico, os Estados Unidos sempre mantiveram parceria relevante no campo comercial com o Brasil, até mesmo pela  grandeza das duas economias. O fluxo de importação/exportação seguirá intenso, o que é primordial para as duas nações. 

        Fica mais uma vez o incansável registro de que as urnas respeitaram a vontade do eleitorado e que tal qual aqui, aquela invasão ao Capitólio ocorrida após a vitória de Biden foi vandalismo fanático e inconformado. Trump ganhou em 2016, perdeu em 2020 e tornou a ganhar agora. Cai por terra, mais uma vez, a balela idiota do discurso das fraudes nas apurações.

    

* O Eldoradense

Comentário: "A importância do equilíbrio fiscal"

       Contas públicas: Este é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do atual governo. Operando de forma deficitária e não demonstrando uma i...