Memórias de um tornozelo
Sei que achas estranho,
Tornozelo ter memória;
Porém, não me acanho...
Contarei minha história!
Sou tornozelo direito,
Bastante conservador;
Com aperto, me ajeito...
Em meio a tanta dor...
Sinto-me apertado,
Numa espécie de coleira,
Ô troço sofisticado,
Esta tal tornozeleira!
Por onde ando,
Estou sendo monitorado;
Com ela me sufocando...
O que fiz de errado?
Dizem que meu mito,
Almejou golpe de Estado;
Sofro, aflito,
Estou injuriado!
Ele age por impulsos,
Desafia forças supremas;
Avisei aos pulsos...
Virão as algemas!
Já tem prisão de ventre,
Fala pelos cotovelos;
É justo que eu entre...
Na prisão dos tornozelos?
Não admito,
Que algo me tampe;
Desesperado, grito...
Salve-me, tio Trump!
* O Eldoradense
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