Ontem, em Nova Jersey, foi realizada a primeira final de Copa do Mundo de clubes. No embate de noventa minutos, dois times de países que protagonizaram a Guerra dos cem anos, que na verdade, durou cento e dezesseis: O francês PSG e o inglês Chelsea. Dois países separados pelo canal da mancha, que possuem uma rivalidade histórica, talvez amainada pelo tempo e pelo túnel submarino chamado Eurotunel, que liga o sul da Inglaterra ao norte da França.
Os povo inglês tem no seu inconsciente coletivo a ideia de que o francês é arrogante. Não sei se faz sentido, mas muita gente disse que o PSG entrou para a final de "salto alto" e foi surpreendido pelos ingleses, tal qual Napoleão, na Batalha de Waterloo. Perdeu de três, e só não perdeu de quatro, tal qual Napoleão dizem ter perdido a guerra, porque um atacante do time inglês quis driblar o goleiro com bola e tudo e não teve sucesso.
A expressão "na posição que Napoleão perdeu a guerra" só existe na língua portuguesa, e não há nada comprovado que o imperador francês perdeu a guerra engatinhando. Dizem que os portugueses criaram a expressão porque nutriam uma antipatia histórica pelo "Napô", por conta do Bloqueio continental imposto pela França na Europa, um tipo de sanção econômica francesa em todo o continente para ferrar com os ingleses, principalmente. O problema é que Portugal mantinha muitos negócios com os ingleses, e acabaram perdendo grana com o bloqueio. Como se não bastasse, Napoleão invadiu o país lusitano, fazendo com que toda a família real viesse corrida para a nossa pátria amada Brasil, então, colônia, na época.
Nós, brasileiros, convenhamos, futebolisticamente falando, nutrimos nossa antipatia histórica pelo futebol francês: Desde que eu me entendo por gente, os caras nos derrotaram em três Copas do Mundo. Em 1986, Zico perdeu pênalti no tempo normal, o jogo terminou empatado e foi decidido nos pênaltis a favor dos caras. Em 2006, Roberto Carlos inventou de arrumar a meia durante um escanteio e o Henry nos mandou de volta pra casa. E em 1998, numa final desastrosa, Ronaldo teve uma convulsão que contagiou negativamente todo o grupo. Três a zero, fora o baile. Convulsões não são contagiosas, eu sei, mas neste caso específico, foi. E como foi!
Porém, em relação aos dois clubes que fizeram a final ontem, o inglês Chelsea era o grande algoz histórico de times brasileiros: Já havia feito uma final com o Palmeiras, sagrando-se campeão. Neste ano, eliminou o verdão nas quartas e o Fluminense em uma das semifinais. Perdeu para o Flamengo, é bem verdade, na fase de grupos, o que não atrapalhou a classificação posterior.
Curiosamente, o Chelsea perdeu uma única final para um clube brasileiro: Em 2012, para o Corinthians, último campeão mundial sul-americano. Talvez isso tenha ocorrido porque o Corinthians, apesar de ser brasileiro, tem o nome inspirado em um clube homônimo inglês, e isso possa ter servido de antídoto, vai saber! É surreal pensar que o clube do "bando de loucos" tenha o nome inspirado em um um time do país dos lordes. Coisas do futebol!
Na plateia da final, Donald Trump, que apesar de ser presidente de um país que já foi colônia inglesa, anda criando tretas econômicas com meio mundo, tal qual o francês Napoleão Bonaparte, durante o Bloqueio continental. Coisas da política e da economia!
* O Eldoradense
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