18 de jul. de 2025

Crônica: "Os políticos deveriam saber jogar xadrez"

  



   Antes de argumentar o porquê do título, o primeiro parágrafo do texto deve, primeiro, explicar as origens do jogo de xadrez, cujas versões variam muito quanto à data e a localização. Porém, a mais difundida data do século VI, em que o jogo de tabuleiro deriva de um outro, chamado "Chaturanga", oriundo da Índia. A partir deste, houve adaptações ocorridas desde o Oriente Médio até a Europa, culminando nos moldes e jogabilidade atuais.

    Dito isso, o que parece absurdo e  irônico - e de fato, é - saber jogar xadrez bem que poderia ser implementado como pré requisito para os indivíduos que ambicionam se tornar uma liderança política, principalmente no executivo, nas mais diferentes esferas. O xadrez requer concentração, planejamento, organização, visão aguçada e antecipada em relação aos movimentos, e principalmente, racionalidade.

     O que vemos hoje na verdade em muitos líderes políticos atuais é exatamente o contrário: Falta de planejamento e organização, apego à imprevisibilidade e improviso, visão limitada, restrita ao curto prazo, e uma passionalidade visceral, cheia de blefes e truculência. "Truculência", é isso! O perfil  de boa parte dos políticos atuais está mais atrelado ao jogo de truco do que ao racional e sofisticado xadrez: Grita-se, blefa-se, intimida-se, marcam-se as cartas de forma desonesta, e na hora que o jogo atinge temperaturas de clima equatorial, adversários chamam uns aos outros de "ladrão". Tudo vira uma casa da sogra, da mãe Joana, e aí, peço perdão para todas as sogras e todas as Joanas. Para as sogras chamadas Joana, o pedido de perdão é redobrado. 

        No jogo de xadrez, encurrala-se o adversário de forma meticulosa, elegante, silenciosa, coordenada, planejada, cerebral, antevendo os próprios ataques e possíveis contra-ataques. Não há muito espaço para blefes, muito menos, truques.  Se o enxadrista o faz com desespero, descoordenação, improviso e irracionalidade, acontece algo surpreendente: De repente as coisas mudam de lugar, e quem perdeu, pode ganhar, como diria o Paulo Ricardo, que não sei se joga xadrez, nem truco, mas canta pra caramba...

* O Eldoradense    

       

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