30 de mai. de 2012

República podre


  O noticiário político nacional está efervescente, numa ebulição danada: as relações de Carlinhos Cachoeira com os políticos brasileiros, parecem apontar novos desdobramentos e ramificações que estão escandalizando a opinião pública. Recentemente, o Ministro do STF, Gilmar Mendes, disse que o ex-presidente Lula teria procurado o intimidar, numa intenção de protelar o julgamento do mensalão. Lula teria uma "carta na manga", alegando saber das relações estreitas entre Demóstenes, Cachoeira e o próprio Gilmar Mendes. Teoricamente, em troca do adiamento do julgamento do mensalão, Lula "blindaria" Gilmar mendes na "CPI do Cachoeira", em um acordo pra lá de indecente.
    Para quem acompanha o caso, é inevitável chegar à conclusão do grande poder de influência do bicheiro em nossa República, pois o mesmo parece ter relações estreitas com grandes partidos da base aliada e também da oposição. Agnelo Queiroz (PT-DF), Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Marconi Perillo (PSDB-GO), parecem ter algum tipo de envolvimento suspeito com Cachoeira, sendo que os mesmos DEVERIAM ser ouvidos na CPI. Em contrapartida, se realmente procede a informação de que Lula teria tentado intimidar Gilmar Mendes com tal insinuação, o fato também é preocupante. Assim como são preocupantes as viagens à Berlim do jurista, teoricamente patrocinadas por Cachoeira. 
    A grande denunciante dos escândalos, (a revista Veja), também não escapa ilesa às suspeitas, pois o seu principal editor (Policarpo Júnior) também parece ter estreitas relações com Cachoeira, pois foram constatadas inúmeras ligações telefônicas entre o jornalista e o bicheiro. Vale lembrar que antes da imagem de Demóstenes Torres ter ruído, mediante tantas evidências de relacionamentos estreitos com Cachoeira, a revista vendia a imagem do político goiano como se fosse um verdadeiro "Paladino da Justiça", no Senado Federal.
    Acreditar em quem nesta história toda? Em Lula? Em Gilmar Mendes? Em Cachoeira, Demóstenes e na revista Veja? 
   O negócio é esperar os desfechos dos processos investigativos, (se é que terão desfecho), pois esta história parece ser mais nojenta do que se parece. Pelo jeito, o poder de influência nos bastidores da República exercido por José Sarney é "fichinha" se comparado ao poder de Cachoeira. A lama produzida por este episódio  parece respingar fétida nos poderes da República bem como em outras instituições democráticas, incluindo até mesmo a imprensa. E eu que achava que nossa democracia estava madura. A cada dia que passa, noto, infelizmente que ela está cada vez mais "podre". Aguardemos os próximos capítulos dessa novela, que a cada nova descoberta, envergonha e causa mais indignação aos cidadãos brasileiros.



                        * O Eldoradense

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