Conforme uma pessoa envelhece, a flexibilidade cognitiva, ou seja, habilidade de se adaptar a circunstâncias inesperadas, se torna mais restrita. Estudos recentes sugerem que falar duas línguas ao longo da vida pode reduzir essa perda, devido ao fato do indivíduo alternar o idioma falado com frequência.
Pesquisa — Para estudar como a habilidade de falar mais de uma língua desde a infância afeta o funcionamento neural, pesquisadores da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, monitoraram a atividade cerebral de 110 participantes por meio de ressonância magnética funcional (procedimento que detecta atividade cerebral associada a mudanças no fluxo sanguíneo) durante a realização de um teste cognitivo.
A atividade consistia em descrever a cor ou a forma de figuras, que podiam ser círculos ou quadrados, azuis ou vermelhos, conforme era solicitado. O mesmo teste foi aplicado a dois grupos distintos. O primeiro, composto por 30 idosos (de 60 a 68 anos), sendo 15 bilíngues e 15 monolíngues e o segundo, por 20 adultos monolíngues, 20 adultos bilíngues, 20 idosos bilíngues e 20 idosos monolíngues.
Para a realização desse estudo, o termo 'bilíngue' correspondeu a uma pessoa que fala inglês e outro idioma diariamente, desde os dez anos de idade ou menos.
Os resultados mostraram que tanto os indivíduos bilíngues quanto os monolíngues completaram a tarefa de forma correta. Os bilíngues idosos, porém, o fizeram de modo mais rápido e mais eficiente, o que significa que tiveram menos gasto de energia no córtex frontal (área envolvida na mudança de tarefas) para cumprir o mesmo teste. Dentre os adultos, porém, o fato de ser bilíngue não influenciou o desempenho no cumprimento do teste, nem a atividade cerebral dos participantes.
Para Brian Gold, integrante do grupo de pesquisadores, esses resultados sugerem que o bilinguismo pode, ao longo dos anos, causar benefícios no funcionamento das regiões frontais do cérebro durante o envelhecimento. Fonte: Veja.com * Para visualizar a imagem em tamanho original, clique sobre a mesma.
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