24 de mar. de 2012

E o céu ficará mais feliz com a presença de Chico Anysio...

"Justo Veríssimo", personagem caricato e crítico sobre o perfil dos políticos brasileiros.

"Pantaleão", que simbolizava o "contador de causos" do interior do Brasil.

"Chico heaven"   


  Faleceu ontem, aos 80 anos, aquele que eu considero o maior e mais versátil humorista brasileiro de todos os tempos. Na minha opinião, se o futebol tem Pelé, a comédia, por sua vez, teve e sempre terá o grande Chico Anysio como seu grande ícone.
  Criador de mais de duzentos personagens humorísticos, sempre com uma habilidade ímpar ao interpretá-los, Chico com certeza deixará o céu mais feliz, com sua inteligência e humor diferenciado.    Aqui na Terra, o gênero humorístico terá uma grandiosa lacuna a ser preenchida. Creio que o comediante que mais se assemelha às características de pluralidade e versatilidade de Chico Anysio, talvez seja Tom Cavalcante, que não por acaso, foi discípulo e revelado no programa do mestre. Sabem esse tal "stand up" tanto falado nos dias de hoje? Pois é...Chico Anysio já fazia isso com perfeição há mais de vinte anos!
  Era marcante a  inteligência  do Sr. Francisco Anysio, a forma enfática e irônica na qual tratava os grandes problemas brasileiros através de personagens como Salomé, Justo Veríssimo e o Professor Raimundo. Aliás, o último personagem citado, fazia uma  crítica sutil e muito bem elaborada ao sistema educacional brasileiro, bem como à desvalorização do professorado. Afinal, quem não se lembra do famoso jargão: "e o salário, ó"?
  Casado por seis vezes, a atual mulher, bem como suas ex, não negavam que se tratava de um cara extremamente inteligente e sedutor. Generoso, fazia questão em revelar novos talentos do humor, mas também de homenagear os membros da velha guarda da comédia. 
    Dentre tantos personagens, elejo "Pantaleão" como o meu preferido. Com uma voz grossa e sotaque de ancião nordestino, o contador de causos surpreendia sempre os ouvintes com suas histórias, geralmente carregadas de exageros e peripécias duvidosas. Como testemunha de suas inocentes mentiras, lá estava sua esposa "Terta", que confirmava tudo o que o marido dizia. 
   Vai com Deus, Chico. Aqui na Terra, não sentiremos tristeza com sua partida, pois sua missão por aqui, foi sempre a de proporcionar alegrias. Saudades sim, mas também  a esperança de que um dia, apareça alguém que chegue próximo do teu brilhantismo ofuscante. Se um dia, tivemos em nossas televisões, o programa "Chico City", o céu passará a exibir em sua grade de programações, e com muita alegria, "Chico heaven". Que os anjos digam amém!

                                         * O Eldoradense
    

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