“Geração Miojo”
Dizem que quando um sujeito começa a comparar
gerações com certo saudosismo, é porque está ficando relativamente velho. Na
verdade, eu nem sou tão velho assim, mas é que as coisas estão caminhando em
uma velocidade tão alucinante, que fazem qualquer trintão sentir-se um
Flintstone no meio da família Jetson, principalmente quando se depara com as
atuais crianças e adolescentes. Ah, só para explicar aos mais jovens, “Flintstones”
e “Jetsons” eram desenhos animados que faziam sucesso na TV aberta da
“jurássica” década de 80.
Há alguns dias, fui com meu sobrinho bater uma
bolinha no campinho do bairro. Passados dez minutos, chegou um guri com uma
pipa gigante, em formato de morcego, com uma aerodinâmica que fazia inveja a
qualquer caça F-15 norte-americano. Pois bem: o moleque não precisou correr nem
dez metros para a pipa começar a voar! E olha que a velocidade do vento nem era
tão propícia assim. Reparei que esse guri não cortou bambu, não fez cola
caseira com água e farinha de trigo, não comprou “papel de seda” e nem “linha
10”. Não confeccionou nem a rabiola da pipa, pois ela não precisava de rabiola.
Quanta comodidade! Provavelmente ele foi a algum “lojão”, comprou a pipa
prontinha e a colocou rapidamente no céu. Simples assim! Conclusão: brincou por
no máximo 10 minutos e foi embora, pois foi tudo muito fácil. Não sei se isso é
bom. Talvez seja, não sei, fico confuso. Sei que é diferente.
As crianças de hoje não fazem “telefones” com
potes de iogurte amarrados em barbante, pois já ganham aparelhos celulares dos
pais. Não jogam futebol de botão, pois o “Playstation 3” é muito mais real e
emocionante; (caramba, e é mesmo!). Raramente empurram carrinhos com as
próprias mãos, pois carrinhos com controle remoto ou fricção são encontrados a
preço de bananas no camelódromo. Não, eles não confeccionam mais os próprios
brinquedos. Compram prontinhos, brincam e enjoam deles ainda mais rapidamente.
Não existe mais o ritual, a curiosidade, a experiência. Existe agora o consumo
facilitado e o prazer saciado de forma imediata, efêmera.
Como disse em alguns parágrafos acima, não
sei se isso é melhor ou pior, mas de certa forma, torna as comparações
inevitáveis. Está tudo muito imediato, prontinho, instantâneo. Enfim, está tudo
muito “Miojo” demais. Lembro-me com saudades do tempo em que se preparava a
macarronada...
* O Eldoradense
Oi amigo blogueiro... nós que temos três crianças lutamos muito para que não se perca os brinquedos antigos, em nossa viagem achamos estilingues e compramos para os meninos, explicamos que não poderiam jogar pedra em ninguém, fomos para o sítio e por lá eles ficaram horas pegando pedrinhas e vendo que acertava mais longe... sei que na época do meu marido não era assim (os passarinhos que o digam!) mas nesta época de politicamente correto temos que rebolar para não perdermos as crianças para os jogos eletrônicos... abraços!!!
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