Trump está de volta à Casa Branca e sua vitória foi inquestionável, levando-se em consideração não só apenas o número de votos, mas também, o número de delegados eleitos por cada estado e o êxito republicano nas casas legislativas (Câmara e senado). A pauta conservadora, bem como o discurso anti-imigração e as políticas econômicas que deram o tom de sua campanha parecem ter ido ao encontro aos anseios da população norte-americana, que confiaram o segundo mandato ao republicano, o que é democrático e legítimo, diga-se de passagem.
As expectativas econômicas gerais giram em torno da volatilidade das moedas estrangeiras ante o dólar, já que políticas protecionistas via de regra estão na contra mão do mercado globalizado. Quando à geopolítica internacional, temos duas guerras impactantes em curso, e os ucranianos sinalizaram desânimo, pois Trump é próximo a Putin e já havia adiantando que diminuiria o apoio norte americiano aos adversários dos russos, caso saísse vitorioso do pleito. Sobre o segundo conflito, ainda que a comunidade árabe dos Estados Unidos estivesse insatisfeita com Biden, creio que em relação ao confronto árabe-israelense, a situação mude: Imagino que haverá apoio norte-americano mais contundente à nação judaica comandada por Netanyahu. E ainda analisando o contexto global, a pauta ambiental enfrentará um retrocesso, já que Trump nunca adotou um discurso que explicitasse simpatia à causa.
E quanto ao Brasil? Há uma expecativa política de pressão norte-americada sobre o judiciário nacional para que futuramente sejam revistas sentenças proferidas em desfavor a um determinado grupo político: não creio que aconteça, e caso ocorra, a revisão será independente de influência ianque. A influência norte-americana, ao meu ver, se dará mais no campo econômico que político, e isso será relatado no parágrafo abaixo.
Imagino que se de fato Trump adotar uma linha econômica protecionista, a nossa moeda tende a se desvalorizar diante do dólar, fato. O Google ontem anunciou o dólar numa cotação maior que R$ 6,00, todavia, a informação estava equivocada, e foi posteriormente corrigida pelo navegador. Porém, creio que a volatilidade do real depende mais da redução de gastos do governo Lula e da necessidade de um ajuste fiscal do que necessariamente de Donald Trump. Tanto é que a cotação do dólar fechou em baixa ontem, a R$ 5,67, diante da possibilidade de recuo na postura do governo federal em negar o referido ajuste. É importante que o atual governo se atente a isso, caso contrário, a desvalorização da moeda possa vir a bater os impressionantes R$ 5,90 do governo anterior, esquecidos pelos fiscais patriotas do câmbio. E só para constar, a cotação a R$ 5,67 já está bem desfavorável, as conveniências políticas não me fazem negar fatos concretos.
Quanto às relações bilaterais de comércio, há a possibilidade de serem afetadas ante ao protecionismo anunciado de Trump, mas creio que, na prática, a redução será mínima. Independente de diferenças políticas do campo ideológico, os Estados Unidos sempre mantiveram parceria relevante no campo comercial com o Brasil, até mesmo pela grandeza das duas economias. O fluxo de importação/exportação seguirá intenso, o que é primordial para as duas nações.
Fica mais uma vez o incansável registro de que as urnas respeitaram a vontade do eleitorado e que tal qual aqui, aquela invasão ao Capitólio ocorrida após a vitória de Biden foi vandalismo fanático e inconformado. Trump ganhou em 2016, perdeu em 2020 e tornou a ganhar agora. Cai por terra, mais uma vez, a balela idiota do discurso das fraudes nas apurações.
* O Eldoradense
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